Odile Tardieux Dardenne

“Tenho o luxo de morar em frente ao Tejo, não me canso de olhar o ballet dos barcos”, Odile Dardenne

Alma às Cores é o nome da exposição de Odile Dardenne e Sérgio Pagano. Ela, pintora e designer francesa, apaixonada por Portugal, onde vive há nove anos. Autora de projetos realizados em França, Brasil, Filipinas, Indonésia, EUA, Rússia, Argentina. Ele, fotógrafo italiano, com trabalhos de arquitetura e gastronomia publicados na Casa Vogue, Abitare, Elle e livros de cozinha. 

Ponto de encontro: Portugal. No Mundo do Vino, até 15 setembro. 

"Tenho o luxo de morar em frente ao Tejo, não me canso de olhar o ballet dos barcos",  Odile Dardenne Convite-DIGITAL

Como é que uma artista francesa começa a pintar a Nazaré?
Fui chamada como designer de interiores para fazer o projeto de uma loja de comida natural, a Casa Sana, que fica dentro do mercado da Nazaré. Passei bastante tempo na Casa Sana e para, além do projeto, de fazer umas pinturas para o cardápio, achei o mercado tradicional único, com um ambiente muito inspirador. Chamei o Sérgio para fazer umas fotografias gastronómicas para a loja, e pouco a pouco, vendo a sinergia dos nossos trabalhos, nas cores e na composição, a ideia de desenvolver um projeto e de expormos juntos foi germinando….

Como é que dá alma às pinturas?
A alma é a tradução da sua interpretação artística, qualquer que seja o meio, desenho, fotografia, música…. No caso das minhas pinturas, quer seja um retrato de uma pessoa ou de uma ponte ou de uma planta, a alma passa pelas escolhas do meu olhar e o espectro de cores da minha paleta.  Como eu disse no diálogo (com o Sérgio Pagano), “O desenho é minha ferramenta, o pincel meu fetiche, a cor as minhas especiarias”.

Tem projetos de decoração de interiores desenvolvidos em vários países. Pode falar-nos daquele que terá sido um dos mais desafiantes?

O trabalho de pintura mural necessita sempre de uma adaptação, quer seja em termos de estilo pictural, superfície a ser pintada, luz do espaço, acesso, e cada projeto, em si, acaba por ser um desafio!
Portanto, alguns foram mais desafiantes, como por exemplo uma pintura de 360 metros quadrados que fiz num parque aquático em Paris – tive que adaptar muito a minha maneira de pintar para ser eficaz e para realizar tudo em dois meses!

E em Portugal, algum projeto que tenha especialmente gostado de fazer?
Em Portugal, fiz um pequeno trabalho em Lisboa, mas com muito valor literário e simbólico, porque foi realizado num apartamento, onde viveu o poeta Fernando Pessoa enquanto adolescente. Fica no 2º andar do prédio do Mundo do Vino!

Em Portugal, o que mais gosta neste país? Os seus artistas portugueses favoritos?
Moro em Lisboa já há nove anos, cheguei numa altura em que a cidade era muito diferente e tenho acompanhado o seu despertar económico e cultural. Gosto do ritmo desta cidade, da sua luz e como tenho o luxo de morar em frente ao Tejo, não me canso de olhar o ballet dos barcos. Acompanho vários artistas de Street Art em Portugal, que estão a desenvolver trabalhos artísticos muito interessantes, valorizando a pintura mural legal e consciente.

 

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