Benny, Corações com Pelo

“Eu não lhes procuro um dono. Eu procuro um bom dono”, Ilda Melo, Corações com Pelo

“Soube de um cão que passava o dia na varanda, ao sol e à chuva. Um dia bati à porta de casa do dono e disse que ia buscar-lhe o cão. Ele não ofereceu resistência”, Ilda Melo.


Começou por viver em Lisboa, onde foi técnica de farmácia, empresária, comercial, entre outros empregos acumulados com a paixão de sempre: os animais. Já na capital, recolheu animais das ruas e abrigou-os num terreno que possuía na altura, nos arredores da cidade.

Quando os filhos cresceram e iniciaram a sua vida profissional, Ilda Melo e o marido tomaram a decisão e mudaram-se para o Cartaxo. Longe do rebuliço de Lisboa, o casal esperava encontrar tranquilidade e mais espaço para albergar um número cada vez maior de animais sem dono, abandonados ou mal-tratados.

Atualmente, nesta quinta do Cartaxo, há 72 cães e mais de 100 gatos. Não é um canil. É uma quinta alimentada pela generosidade de um casal que, por sua vez, conta com ajudas de voluntários e parcerias. Graças ao protocolo que conseguiu com uma universidade e que dura desde há 10 anos, Ilda desloca-se a Lisboa sempre que um dos seus animais precisa de cuidados clínicos ou cirurgias. Graças a uma vizinha, a Rosa, existe uma página da internet (Corações com pelo) que divulga os animais com o objetivo de lhes encontrar um bom dono.

“Eu não quero encontrar um dono. Muitos deles já tinham um dono. O que eu preciso é de lhes encontrar um bom dono e um bom lar”, conta-nos Ilda, 64 anos. E é graças à sua carteira e poupanças que todos os animais têm “comida na mesa”, todos os dias. “Os meus animais são muito tranquilos. Correm com liberdade e são bem alimentados. Ao pequeno-almoço, os meus cães comem frango com arroz”.

Falamos de animais como Nina. “Uma excelente adoção. Ela é tão meiga e doce. É arraçada de Pit Bull, mas é tão obediente esta menina. Apanhei-a na segunda circular, perdida, em Lisboa”.

"Eu não lhes procuro um dono. Eu procuro um bom dono", Ilda Melo, Corações com Pelo Ben.2

Benny

O Benny foi “apanhado” em casa. Soube de um cão que passava o dia na varanda, ao sol e à chuva. Um dia bati à porta de casa do dono e disse que ia buscar-lhe o cão. Ele não ofereceu resistência e imediatamente passou-me o cão para as mãos”.

A Pica é uma caniche. “Foi atirada pela porta fora de um carro, na Nacional 10. Já está esterilizada. Na próxima semana, vou receber uma senhora que a quer ver. Espero que seja adotada”, diz Ilda.

A Lira foi atropelada na Amadora e o dono não a tratou. Ficou a sofrer com a luxação da pata, que começou a ficar destruída. “este momento, a divertida Lira “está totalmente recuperada, vacinada, esterilizada e com microchip. Só lhe falta a família por quem continua à espera”.

Há também o Serra de Estrela que escapou a tempo.”Circulou a notícia de que um grupo de pessoas de etnia cigana estava a realizar um churrasco com cães Serra da Estrela. Um pessoa conseguiu salvar um desses cães e entregou-o à minha guarda”, refere.

"Eu não lhes procuro um dono. Eu procuro um bom dono", Ilda Melo, Corações com Pelo DSC_0558%20(1)

Ilda garante que há muitas mais histórias tristes para contar naquela quinta. Histórias que só podem mudar com a esperança da adoção e a perspetiva de um lar feliz. “De vez em quando acontece encontrar um bom dono e uma boa família para estes cães. E isso deixa-me muito feliz”.

Comentários

comentários