Mãos Dadas

Setembro, mês intenso para pais e para educadores

“Setembro é um mês difícil para os educadores e para os pais que vão trabalhar todas as manhãs com o coração pesado. Mas em pleno Setembro, sim esse mês difícil, também há momentos mágicos que fazem derreter os nossos corações”

Crónica de Susana Caetano
Educadora (Sintra). De bem com a vida.

Setembro, mês intenso para pais e para educadores Educadora-Susana

Susana Caetano Educadora em Sintra

Se para algumas crianças, este é um mês de reencontro com os amigos, para outras é um momento de angústia e medo por irem vivenciar algo novo.

Algumas crianças vivem este mês de forma mais pacífica, pois apesar do nervosismo, aceitam a mudança e as coisas novas de uma forma natural… mas há as outras… as que choram!

Para a família, Setembro é um mês onde se vive uma ambiguidade de sentimentos. Uma felicidade imensa de os ver crescer e uma dor imensa de deixarem de ser só seus!

É um mês difícil em que deixam o seu bem mais precioso a alguém de quem pouco se conhece.

Mais angustiante ainda quando a cada manhã, entre choros e soluços, ouvem “não quero ir para a escola!” ou “não me deixes aqui!”.

O coração vai pesado para o trabalho e só descansa quando, ao fim do dia, o choro é trocado por gargalhadas, sorrisos e “só mais um bocadinho!”

Mas na manhã seguinte, muitas vezes o choro vem de novo, antevendo mais um dia de separação difícil no Jardim de Infância e mais uma vez o coração vai carregado a caminho do trabalho.

Um dia o choro acaba. Por vezes, leva dias ou semanas. Mas acaba! 🙂

E se para os pais, Setembro é um mês difícil, para os educadores não é mais fácil!

Dão mimos, consolam, dão colo e secam lágrimas. Tudo isto, enquanto tentam incutir regras, cantam, brincam, jogam, e tentam conhecer os novos meninos.

Tudo isto enquanto vão entoando “Sim o papá está quase a chegar” … “a mamã foi só trabalhar um bocadinho”.

Mas em pleno Setembro, sim esse mês difícil, há também momentos mágicos que fazem derreter os nossos corações.

Momentos mágicos onde se é criança e as diferenças não fazem qualquer diferença!

Uma das crianças entrou na minha sala só agora, ainda vai fazer três aninhos este ano… tem chorado todos os dias, menos hoje!
A outra tem quatro anos, é o segundo ano na minha sala, tem atraso de desenvolvimento e ainda não fala. Hoje foi assim que adormeceram para a sesta. Setembro mágico.

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