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“O cenário é assustador”, Sofia Branco, portuguesa em Madrid, Espanha

27 março. Em Espanha, acabam de ser publicados os números  das pessoas afetadas pelo coronavírus: há uma subida para 64.059 infectados e 4.858 mortes até agora, o dia com mais mortes por pandemia no país. Foram registadas 769 novas mortes nas últimas 24 horas por Covid -19. Quase 10.000 profissionais de saúde testaram positivo por coronavírus, em Espanha.

Ana Sofia acompanha, assustada, as última notícias: “Eu moro em Madrid que é o principal foco de infecção em Espanha, neste momento. O cenário é assustador. Espera-se que o pico aconteça nos próximos dias e que a curva comece a descer. Foi anunciado um prolongamento da quarentena até 11 de abril. Há multas para quem não cumpre a quarentena, por isso as ruas estão desertas, os estabelecimentos comerciais encerrados, as empresas começam a anunciar medidas de suspensão dos contratos de trabalho ou de encerramento temporário da atividade… O Governo anunciou um pacote de medidas de apoio às empresas e às famílias para tentar mitigar os efeitos mais dramáticos desta paralisação, mas, sem um fim à vista, não é possível saber se estas medidas serão suficientes. A “movida madrilena” deu lugar ao silêncio e às ruas desertas, silêncio este que só se interrompe com toda a pompa e circunstância, diariamente às 20:00, quando os madrilenos saem às janelas ou às varandas a aplaudir aos profissionais de saúde. Nesse momento, aplaudem, cantam, tocam o hino nacional, como dizendo ‘estamos recolhidos mas estamos aqui, resistindo e esperando que esse monstro seja derrotado’.”

Toda a família de Sofia está em Portugal: “Felizmente estão todos bem. Agora estão conscientes da gravidade da situação e alguns estão em casa em regime de teletrabalho. Outros, pela natureza das funções que exercem, continuam a trabalhar, e essa exposição ao vírus é um risco que me preocupa”.

 

Foto do Jornal La Vanguardia

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