Suécia - Coronavírus

“Na Suécia, estão a assobiar para o lado. Escolas abertas e festas nas estâncias de esqui. Não consigo explicar”, Ana Leonor, portuguesa que vive na Suécia

1 abril. 884,996 casos de pessoas infectadas em todo o mundo, pelo coronavírus; 44,202 mortes e 185,284 pessoas recuperadas a nível mundial.

Na Suécia, 4,947 casos de pessoas infectadas e 239 mortes no total. Ana Leonor vive há mais de 10 anos na Suécia, mas continua sem compreender a estratégia deste país contra a atual pandemia.

Ao contrário dos países vizinhos, Dinamarca e Noruega que encerraram as escolas, restaurantes e as fronteiras (aos estrangeiros não residentes), a Suécia mantém os centros educativos abertos, creches incluídas, “há gente nas esplanadas”, “festas em estâncias de esqui” – refere Ana Leonor. Os ajuntamentos de pessoas em restaurantes ou eventos estão limitados a 50 pessoas e os idosos foram recomendados a não estabelecerem contactos sociais não essenciais. Aliás, até agora apenas existem recomendações. A estratégia de combate à pandemia não parte do governo. Está nas mãos da Agência Pública de Saúde, que é independente do governo (uma forma de garantir, diz o país, que as medidas de saúde tomadas têm uma base científica e clínica e não política). Até agora as medidas da Agência não são restritivas e parecem centrar-se mais na responsabilidade individual. Em declarações à imprensa sobre as diferenças de atuação relativamente a outros países da Europa, o Diretor da Agência de Saúde Pública, Johan Carlson, referiu o seguinte: “se queremos ter sucesso com medidas que necessitem de ser implementadas e mantidas durante meses, as pessoas têm que as aceitar e compreender. Há muitas coisas que são proibidas na sociedade, por exemplo as drogas, mas que não desaparecem pelo facto de serem proibidas. Basicamente, a população tem que entender. É assim que temos trabalhado no controlo infeccioso”.

Ana Leonor está em teletrabalho (recomendação da Agência de saúde sueca), mas decidiu voluntariamente retirar o filho da creche. Ana considera que as medidas de distanciamento social podem não ser suficientes para controlar a evolução da pandemia no país onde vive: “consta aqui que o governo não quer fechar as escolas, pelo impacto que a medida teria na sociedade. Se fecham os centros educativos, os pais médicos, enfermeiros, etc. têm que ir para casa cuidar dos filhos”.

Entretanto, a imprensa dá conta do aumento do número de infectados que chegam aos hospitais da capital. Mas Björn Eriksson, o diretor dos hospitais de Estocolmo, garante que o sistema nacional de saúde está um passo à frente do vírus e que da mesma forma que têm duplicado a capacidade, preparam-se para triplicar a capacidade de cuidados intensivos.

 

Foto de destaque: Variety

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