“O Guerreiro Santiago (2 anos) está finalmente em casa, a recuperar bem, sem sintomas, cheinho de mimo e com muito “mau feitio”, diz a mãe Catarina.
O impensável aconteceu, como conta a mãe Catarina. Em meados de abril, depois de cinco dias de febre e teste positivo para Covid-19, o seu filho Santiago foi internado (Hospital Pediátrico São João). Foram seis dias duros e sombrios, confinados a uma quarto (Pois é!, diz a mãe Catarina, quem se queixa por estar de quarentena numa casa, chegou a altura de praticarem a gratidão”), sem visitas e quase sem idas ao wc. E foi neste quarto que, ao fim de quase seis dias de internamento, esta mãe teve “das melhores sensações da minha vida: de vitória, de alívio”. Catarina Sousa diz que o Amor venceu o vírus.
No Dia da Mãe, quis partilhar este testemunho. O testemunho de uma Mãe Grata. Feliz Dia da Mãe, Catarina.
“Vou passar o Dia da Mãe em ‘quarteto maravilhoso’: com os meus filhos e o meu marido. E com a melhor Mãe do Mundo: a minha (super) Mãe e Pai, através de muitas videochamadas, este ano distantes fisicamente, mas mais unidos que nunca ❤️”.
“Ao fim de alguns dias de quarentena preventiva (não tínhamos sintomas nem tínhamos tido contacto com infetados quando iniciamos a quarentena), eu e o meu marido desenvolvemos alguns sintomas de Covid-19. Eu tive dores de garganta, tosse (muito pouca) e perda de olfacto, e o meu marido febres altas, dores no corpo e perda de olfacto.
Descobrimos, após testes, que estávamos positivos para a Covid-19 e, de imediato, perguntamos ao pediatra dos nossos filhos e aos médicos da Saúde 24 se deveríamos ter cuidados no contacto com o Santiago e a Ema, para evitar o contágio. (Na dúvida, não os poderíamos deixar aos cuidados dos avós porque pertencem a grupo de risco em virtude da faixa etária). Os médicos assumiram que os nossos filhos também estavam infectados devido ao vírus ser extremamente contagioso e uma vez que, na maior parte dos casos, as crianças são assintomáticas ou manifestam sintomas ligeiros e tratáveis em casa. Caso tivessem febres altas, tosse e falta de ar, deveríamos levá-los às urgências. Portanto, assumimos que os nossos filhos estavam também infectados, mas sem gravidade, e estivemos sempre atentos a eventuais sintomas. Numa altura em que eu e o meu marido já estávamos a recuperar, o nossos filho Santiago de 2 anos e 7 meses começou a apresentar febre, que foi aumentando e que não regredia com paracetamol. Por isso, ao fim de 5 dias e meio de febres altas, de teste Covid positivo, de valores alterados nas análises ao sangue e de um raio X ‘duvidoso’, o Santiago ficou internado na pediatria do Hospital S. João no Porto, no Departamento Covid-19. Foi a primeira criança a ser internada na zona Norte, por Covid-19.
Foi o momento mais difícil e mais desesperante da minha vida! Foram seis dias de internamento ao lado do meu filho, sem saber ao certo o que se estava a passar. Havia dúvidas: se era um quadro clínico ‘só’ de Covid 19 ou se havia associação a outro vírus/bactéria. As análises ao sangue e exames eram diários. Tudo torturante para o Santiago, mas para o bem dele. Ao fim de cerca 48 horas de internamento, de administração de antibióticos e antivírico, de muito empenho dos médicos e enfermeiros, de muito amor e boas energias, o Santiago deixou de ter febre.
Conselhos aos pais? Cessando o estado de emergência é provável que os casos de Covid-19 aumentem. Por isso, saliento dois conselhos: apesar de, na maior parte das crianças, o Covid-19 manifestar-se de forma mais ligeira, os pais devem manter-se atentos a eventuais sintomas e entrar em contacto com o Pediatra. Porque podem estar infectados e desenvolver quadros clínicos graves. É raro mas acontece.
Espero que não necessitem de recorrer às urgências nem de internamento. Mas se ocorrer, estão bem acompanhados. No nosso caso concreto, posso dizer que toda a equipa médica, de enfermeiros e auxiliares, agiram de forma exemplar com o nosso filho. Minuciosos, atentos, empenhados, sempre disponíveis. E a esse profissionalismo aliaram um lado humano enorme. Nos momentos mais difíceis de colheita de sangue e outros exames que deixavam o nosso filho em lágrimas conseguiam ‘arrancar’ uns sorrisos com brincadeiras, músicas e coreografias do Panda. Acrescentaram Luz àqueles dias de sombra. Um Grande Bem Haja!”
Catarina Sousa com o marido e os dois filhos, Santiago e Ema
