O frio nas escolas é um tema na ordem do dia e uma preocupação partilhada por pais, professores e diretores de estabelecimentos de ensino.
Sucedem-se os casos de alunos que reportam salas de janelas e portas abertas, em dias de temperaturas negativas. É o caso da M., filha de Pedro Santos. M. tem 11 anos e frequenta o sexto ano na sua escola, em Miranda do Corvo, distrito de Coimbra. Pedro recorda-nos que em Miranda do Corvo, a pandemia não tem dado tréguas. Desde novembro que o concelho está em risco extremamente elevado, sendo que em dezembro, o segundo surto da COVID-19 levou ao pedido de uma intervenção de emergência.
E desde 4 janeiro, dia do regresso às escolas pós-Natal, que a escola de M. por manter as portas e janelas abertas. Acontece que “há dias, estavam 5 graus negativos às 8h, uma temperatura que se prolongou até às 10h da manhã. As crianças têm levado 2 e 3 casacos quentes, e na última reunião, o diretor de turma aprovou as mantas. A minha filha leva sempre camadas de roupa, leggings, e uma manta na mochila. Mas também há alunos quem levam sacos de água quente, que vão arrefecendo durante o dia”, conta Pedro.
A situação contrasta com anos anteriores aos da pandemia: aquecimento nas salas, janelas e portas fechadas. Pedro está preocupado. E perante o frio extremo dos últimos quinze dias e as atuais circunstâncias vividas na escola, defende o fecho dos estabelecimentos de ensino. “A produtividade e a concentração estão claramente comprometidas. O frio é tal que as mãos geladas se refletem na caligrafia da minha filha”, explica.
Segundo as orientações da Direção-geral da Saúde, da Direção-geral dos Estabelecimentos Escolares e da Direção-geral da Educação, “sempre que possível, e que tal não comprometa a segurança das crianças e dos alunos, devem manter-se as janelas e/ou portas abertas, de modo a permitir uma melhor circulação do ar”.