Um livro por dia.
Em entrevista à Oprah, a propósito do recente lançamento do seu primeiro livro, The Beauty of Living Twice (A Beleza de viver duas vezes), Sharon Stone disse ter perdido o “esplendor ” desde que sofreu o Acidente Vascular Cerebral, há cerca de 20 anos.
Nesta autobiografia, Sharon aborda como sobreviveu miraculosamente (quando fez a cirurgia, foi-lhe dada 1% de hipóteses de sobreviver) ao derrame cerebral, com consequências que se arrastaram anos e anos: gaguez, dificuldade em andar e ver, perda da capacidade de ler e escrever. “Obviamente, a minha carreira sofreu e as pessoas começaram a tratar-me de forma desagradável (…) Passei por muito. Tive que voltar a hipotecar a minha casa. Perdi tudo o que possuía”, recorda em entrevista à revista ELLE espanhola.
Sharon aborda ainda outros temas muito difíceis no livro, que começam na infância, ao revelar que foram – ela a e a irmã – abusadas sexualmente pelo avô. Um crime do qual a avó foi cúmplice.
E também regressa ao momento que a popularizou no cinema: o famoso cruzar de pernas do Instinto Fatal. O momento em que a equipa técnica lhe terá pedido para tirar as cuecas pois refletiam a luz. Stone escreve no seu livro que apenas soube que as suas partes íntimas seriam expostas, quando assistiu ao filme pela primeira vez numa sala cheia de agentes e advogados.
“Sim, tem havido muitos pontos de vista sobre este tema, mas uma vez que a vagina em questão é a minha, deixem-me dizer-vos: os outros pontos de vista são treta”, Sharon à Vanity Fair.
Fica aqui a autobiografia de uma atriz, das melhores. De uma ativista social. Mãe de três crianças (adotadas). Esplendorosa por fora, aos 63 anos. E por dentro, pela forma como, apesar de tudo e de todos, continua a caminhar de cabeça erguida.
“Sou feliz como uma mulher madura porque tive grandes oportunidades de estar morta. E sinto-me fantástica, velha e viva”, Sharon Stone.
Foto: @sharonstone