“Em mim habitam mil vozes femininas”, Prémios Executiva 2020

Partilho convosco o meu discurso no evento Prémios Executiva, que decorreu em Lisboa, no Espelho de Água, dia 25 Maio de 2021, e que distinguiu as Mulheres Mais Influentes de Portugal. 

O meu primeiro agradecimento vai para a Executiva, nomeadamente para a Isabel e para Maria. Mais uma vez estamos aqui reunidas, e em processo de habituação ao facto de estarmos juntas, na sequência da pandemia que temos vindo a viver e a ultrapassar. Gostaria de dar os parabéns a todas as Mulheres que hoje receberam aqui também os seus troféus. Eu estou muito feliz com este reconhecimento, pela quinta vez consecutiva. O que é sinal de alguma consistência e, que de alguma forma, ajudei a passar as mensagens certas.

Eu sou muito pragmática. Muito prática. Sei que grande parte da minha influência não se deve a mim, mas à antena. Ao espaço onde estou todos os dias, e no qual recebo muitas pessoas que me vêm contar as suas histórias de vida. Há um ano, recordo-me de ter aqui deixado uma mensagem de esperança, para mulheres e homens. Um ano depois, observo uma situação de desequilíbrio em termos paritários e que, prevejo, será acentuado no tempo, com o fim do teletrabalho, das moratórias, e com o atual contexto económico, e que mostra que, mais uma vez, as mulheres são as mais desprotegidas. A minha nota final: no sofá onde me sento todos os dias e que me dá a influência para chegar às pessoas, eu tenho recebido maioritariamente histórias de mulheres.

E – olhando agora na direção da Senhora Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade (Rosa Monteiro) que aqui está presente, e a quem aproveito para entregar o recado  –  a maioria das histórias são de pobreza, falta de proteção, doença, violência doméstica e falta de esperança. Por isso, quero manter a minha antena aberta, as minhas plataformas e tribunas para continuar a dar espaço e voz a estas vozes. Eu costumo dizer que em mim habitam mil vozes femininas. E é aqui onde quero estar: quero continuar a ser embaixadora dessas vozes. Obrigada.

A minha apresentação nos Prémios Executiva 

Júlia Pinheiro, 58 anos, apresentadora e diretora da SIC Mulher e SIC Caras

Júlia Pinheiro nasceu em Lisboa a 6 de outubro de 1962 tendo atualmente o programa “Júlia” nas tardes da SIC. Tem ainda o site Julia, de Bem com a Vida e é também diretora da SIC Mulher e da SIC Caras. Iniciou a sua carreira profissional como estagiária na RTP, tendo chegado a apresentar um programa. Em 1984, trocou a estação pública pela Rádio Renascença, onde permaneceu até 1992. “A rádio foi a minha primeira pele. Mas, ao fim de algum tempo, bati com a cabeça no teto. Foi uma fase muito importante da minha vida, gostei muito, mas precisava de outros desafios”.

Por isso o desafio que se seguiu foi a televisão e já passou pelos três principais canais RTP, SIC e TVI, “há 30 anos no olho do público”. Iniciou-se na SIC depois passou pela RTP em 2002 e, no ano seguinte, foi para a TVI onde esteve até 2010, ano em que regressou à SIC onde já ocupou vários cargos e apresentou vários programas. Júlia Pinheiro fez Línguas e Literaturas Modernas na Universidade Nova de Lisboa e mais tarde uma pós-graduação em Comunicação Social, na Universidade Católica Portuguesa. Integrou a equipa fundadora da revista Máxima, tendo como chefe de redação Maria Antónia Palla.

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