Hoje celebra-se o Dia Internacional do Brincar (28 de maio). E uma coisa é brincar. Outra coisa é bullying, um caso muito sério.
Crónica de Magda Fernandes, Mulher, Mãe, Advogada especializada em Direito da Família e Menores. Cronista, De Bem com a Vida.
Bullying, meio desacreditado das escolas portuguesas. Quando algum pai ou mãe se queixa, há sempre vozes meio lambe-botas da escola ou dos pais que dizem que são coisas normais entre miúdos, que ganhem estofo e reajam, que a escola não viu nada nem sabe de nada.
Os paizinhos dos agressores também acham tudo ridículo. O meu filho? Nunca, um anjinho barroco. Que miúdo sensível esse que se queixa. Que ganhe força e enfrente.
Até ao dia. Em que um miúdo é atropelado, há uns dias no Seixal. Outros cortam os pulsos e infligem outras feridas no corpo. Há quem se mate. Pois.
O bullying não é falta de estofo do agredido. O bullying não é um aprendam a defender-se sozinhos nem tão pouco a escola nunca viu nada e menos ainda fechar os olhos – ou não querer ver (são os maiores cegos, esses) os sinais. Não é muito abonatório reconhecer que se perdeu o controlo. Mas perde-se e assobia-se para o lado. O bullying não é uma brincadeira de miúdos. É para levar a sério.