Foi a primeira vez que, nesta edição dos Jogos Olímpicos, se ouviu o hino português. Pedro Pichardo fez subir a bandeira nacional mais alto do que as outras no Estádio Olímpico de Tóquio. E com a medalha de ouro ao peito, depois do salto de 17,98 metros, agradeceu.
“Este ouro tem um significado muito grande, pois é a única forma que tenho de agradecer ao país que me apoiou desde o primeiro dia. Agradecer com medalhas e bons resultados.”
Dá o ouro a Portugal e agradece. Obrigada nós, campeão olímpico.
Uma medalha é sempre uma medalha. Sobretudo esta que nos garante a melhor participação da nossa história em Jogos Olímpicos, com quatro medalhas. (Em Atenas2004 e em Los Angeles1984 conquistámos 3). Mas a gratidão e a humildade também valem ouro.
Pedro Pablo Pichardo não vivia mal em Cuba: “tinha uma casa em Havana, dois carros, uma quinta, um pequeno negócio…”. Não saiu por falta de dinheiro, conta. Saiu, entre outras razões, porque no seu país de origem queriam obrigá-lo a ser treinado pelo selecionador nacional cubano. Pichardo é treinado pelo pai, Jorge. Saiu para mostrar que “somos os melhores no triplo salto”. Saiu de Cuba em abril de 2017, durante um estágio da seleção em Estugarda (Alemanha). O que fez com que ficasse impedido de regressar e de representar Cuba durante oito anos. Primeiro, viveu “em parte incerta”, e depois…. Lisboa. “Estou há quatro anos a trabalhar para dar medalhas a Portugal”, dizia Pedro à imprensa.
Hoje é campeão olímpico. Hoje, o português Pedro Pichardo está feliz. E merece continuar a ser feliz no seu país.