A Margarida Rebelo Pinto é uma das escritores mais lidas em Portugal. É autora de uma vasta obra literária traduzida em várias línguas e tem mais de um milhão e meio de livros vendidos. É obra! E nada a afasta dessa obra que é a escrita. Nada a afasta do sonho de menina: ser escritora. Por isso, vinte e nove livros depois, a autora presenteia-nos com um novo romance. Trata-se do seu terceiro romance histórico (depois de Minha Querida Inês – em que relata os últimos dias da maior heroína romântica da História de Portugal – e de Mariana, Meu Amor, sobre a célebre freira portuguesa Mariana Alcoforado).
Mas, ao mesmo tempo, é algo completamente novo, dizia-me a Margarida: “algo que nunca tinha feito antes”. O novo livro, A Lenda do Belo Soldado, surge a partir de uma lenda na qual Margarida tropeçou, por acaso, numa coleção de livros herdados do pai. Era uma história curta de cinco linhas sobre Viriato, um dos mais importantes líderes lusitanos da História. Reza a lenda que um belo e misterioso soldado seguiu o guerreiro Viriato desde o início da luta contra os romanos até ao último dia da sua vida. Conta-se que o belo suldório, ao ver o chefe imolado na pira, revelou a sua verdadeira identidade e saltou para as chamas, unindo o seu destino ao do herói luso.
O nome do bravo soldado, que afinal era uma mulher, perdeu-se no tempo. “Eu achei esta história espetacular. E pensei: eu vou contar a história desta mulher”. A partir daqui, a imaginação de Margarida faz o resto. Como é que ela se disfarça de soldado? Como foi a vida desta mulher? Mais uma vez, as mulheres nas páginas centrais do percurso literário de Margarida: “eu gosto de escrever sobre mulheres fortes. Talvez por causa da minha mãe, e das outras mulheres da minha família”, diz-me Margarida, também ela uma mulher forte. Ao comando de mais um romance. Com um toque de cavalaria, mistério e de magia. E de paixão, claro, ou não estivéssemos a falar de Margarida Rebelo Pinto.
Boa leitura.