Salmão está a ficar mais caro

Agora é o salmão que está a ficar mais caro e a culpa é de um piolho!

Depois das curgetes, chegou a vez do preço do salmão disparar. Tudo por causa de um parasita que, apesar de medir pouco mais de um centímetro, está a causar grandes estragos na indústria de peixe.

Grelhado, assado ou até cru num belo sushi, a maioria das pessoas não dispensa este peixe de carne rosada na sua mesa. No entanto, desde o ano passado anda nos mares uma ameaça nova que tem comprometido a sua produção.

De acordo com a BBC, uma epidemia severa de um parasita chamado Lepeophtheirus salmonis, mais conhecido como piolho do salmão ou piolho do mar, somada à proliferação de algas tóxicas no Chile está a reduzir a população de salmão consumível para níveis inesperados.

O problema está a afetar os principais mercados de produção do peixe com carne rosada, como a Noruega, a Escócia e o Chile, fazendo subir o seu preço para níveis sem precedentes. A imprensa britânica fala numa quebra de quase 10% na produção mundial durante o último ano, que levou a um aumento de quase 50% no preço de venda por atacado, ou seja, em grandes quantidades.

De acordo com as análises feitas na indústria de peixe, esta quebra na produção deve continuar até ao fim da primeira metade de 2017, por causa do piolho. Mas o salmão não é o único peixe a ser afetado. A infeção tem também atingindo, embora não com a mesma expressão, outros peixes como a garoupa, a tainha e o robalo e pode gerar perdas económicas de mais de 280 milhões de euros.

Mas de onde vem este parasita? Estes piolhos instalam-se no peixe e alimentam-se do seu sangue, muco e pele, alterando o sistema imunitário dos peixes e tornando-os muito mais vulneráveis.

As defesas em baixo aumentam também a probabilidade de os peixes contraírem outras infeções que os tornem impróprios para consumo. E mesmo que nenhuma destas consequências aconteça e o peixe sobreviva, há um limite de parasitas estabelecido para aceitar os salmões no circuito de venda para consumo humano.

“O problema aumenta quando temos populações de salmão confinadas em ecossistemas intensivos onde estão centenas de peixes”, explica à BBC Fernando Mardones, epidemiologista e professor assistente na Universidade André Bello no Chile.

A questão dos parasitas do salmão já é uma preocupação há pelo menos quatro décadas, mas até agora não foi encontrada uma solução 100% eficaz para acabar com a epidemia, até porque os parasitas também têm as suas estratégias e estão cada vez mais resistentes.

Para agravar a realidade da aquacultura, o aumento da temperatura das águas devido ao aquecimento global cria condições mais vantajosas para a propagação destes parasitas.

Embora os piolhos do mar sejam pequenos, os problemas que estão a provocar no mercado mundial do salmão não são de menosprezar. Por isso, não se admire se até ao final deste ano vir o preço deste peixe rosado aumentar mais do que uma vez.

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