… do meu 54º aniversário

Vou mostrar-vos uma fotografia com 53 anos. Esta sou eu, em cima da cama dos meus pais com 1 ano de idade. Tenho uma mola da roupa na boca, ao que parece um objeto que eu adorava. Existem hábitos piores. Rezam as lendas familiares que eu era encantadora. Na rua… Em casa, mais difícil de aturar. A minha mãe costuma dizer que eu era um anjinho na rua e um diabinho em casa. Mas ela é uma senhora dada aos exageros. Acho que não abri a boca até quase terminar a infância… mas aos 10 anos de idade comecei a falar. E nunca mais me calei! Tive uma adolescência precoce, fui insuportável e contestatária. Sou sobrinha do 25 de Abril, neta de um comunista, muito republicano, vagamente aristocrata e semi-capitalista no final da vida. Sou filha e neta de tipógrafos, tenho uma herança militar do lado paterno. Sou uma contradição e uma incoerência em matéria de ADN e uma militante do amor e da verdade. Nada em mim faz sentido… Sempre equilibrada e focada nas minhas contradições. Nunca me quis casar e com apenas 24 anos encantei-me com um jovem de olhar fulminante e voz profunda que me levou ao altar. Logo eu… que sou agnóstica… Estamos juntos há 32 anos. O resto já toda a gente sabe. Não gosto muito de festas de aniversário, mas adoro ser mimada neste dia. E quis o destino que o meu dia de aniversário ficasse misturado com o da SIC, uma das maiores aventuras da minha existência. E aqui estamos: hoje, 24 anos para a SIC,  54 para mim. Foi um sopro… e para minha grata surpresa está longe de acabar. A aventura na SIC e na Impresa é hoje o meu horizonte e a minha aposta. O futuro é insondável e misterioso. E eu estou feliz. Muito obrigada por tudo. E por saber que ainda não acabou .

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