Quando nos conseguimos desconectar? Nunca?
Em pleno século XXI, o trabalho ganhou uma ascendência sem precedentes na sociedade ocidental. Se aumentou desmesuradamente o número de horas que lhe dedicamos, a forma como o fazemos modificou-se bastante nas últimas décadas.
Parece um paradoxo mas não é, a forma como trabalhamos é hoje muito mais intensa, mas também mais descontraída do que há duas ou três gerações. Temos poucas pretensões no que toca aos rituais de outros tempos. Poucos serão os que carregam consigo objetos pessoais para o escritório: a caneta preferida ou a última foto das férias para colocar junto da secretária.
Guardamos tudo no laptop ou nos smartphones, aos quais estamos de tal forma ligados que parecem uma extensão do nosso corpo, da nossa mente e da nossa personalidade, mais do que simples ferramentas tecnológicas.
Estão são verdades de senso comum, mas de facto, se assim é, como fez o Design de Interiores, enquanto disciplina, para se adaptar a estas realidades e responder ao avanço ‘silencioso’ do trabalho nas nossas vidas?
Por conta das tecnologias, estamos todos ligados à World Wide Web, os 3 W que mudaram a nossa vida, e o espaço de trabalho na nossa casa é, por este motivo, praticamente indecifrável.
Onde acaba o espaço social e começa o de trabalho? Trabalhamos no canto do sofá, em cima do balcão da cozinha ou na mesa do terraço, sem grandes dificuldades.
As secretárias e cadeiras de executivo de imagem imponente e distante deram lugar a peças de mobiliário com um design afirmativo e lúdico, que as dilui nos interiores da casa. Veja-se as propostas das marcas francesas Adentro e Coedition, com os modelos Cosimo ou Bureau Shika.
Nos locais corporativos, o mobiliário dito office ganhou personalidade, respondendo às novas vivências do espaço e à necessidade de maior mobilidade. Somos como nómadas, trabalhamos a partir de qualquer local. Com estes conceitos enraizados, nasceu a nova workstation da marca italiana Fantoni, com o nome de Hub.
Este anglicanismo significa ‘plataforma de ligação’, neste caso de conexão entre os utilizadores e o trabalho, e tudo o que ele envolve. O designer responsável pela Hub, Matteo Ragni, ganhou, nesta primavera, vários prémios internacionais de design e tem feito um périplo pela Europa, evangelizando as empresas, mostrando as vantagens deste novo conceito de cowork.
Em maio, Ragni esteve em Portugal, na QuartoSala, fazendo a apresentação nacional desta forma inteligente e criativa de como podemos vivenciar o espaço de trabalho no século XXI.
A Hub permite-nos viver e sentir o trabalho como parte integrante das nossas vidas.