Falei com o Dr. Pedro Lopes, médico de medicina geral, sobre gases. Ou puns, pus, traques, faltos. O tema não é muito agradável, mas a verdade é que podem ser indicadores do estado da nossa saúde.
Os especialistas dizem que não há problema nenhum, mas porque acontecem?
Para termos uma ideia, é considerado normal emitir gases de 6 a 20 vezes por dia. É saudável. As bactérias que estão no nosso intestino, ao digerir os alimentos, provocam uma produção de gás que acaba por ser libertada através do ânus. Por exemplo, depois de ter uma cirurgia, é normal ao estarmos anestesiados não haver libertação de gases nessa fase. Mas umas horas depois o intestino deve voltar a ter contracções e a permitir que os gases saiam.
Podemos controlar os gases?
Se sentir demasiados gases, podemos tentar controlar isso através da alimentação. Evitar certos alimentos como o feijão, brócolos, couve, repolho, cebola, ovos, batatas e açúcar. São alimentos que têm hidratos de carbono complexos que não são completamente digeridos no estômago e no intestino delgado, provocando uma fermentação anormal, muitos gases e distensão abdominal com mal-estar.
Algumas pessoas têm os mesmos sintomas com o leite, porque cerca de 25% da população tem baixa da enzima que faz a digestão do leite: a lactose. Há que beber mais água e evitar bebidas gasosas e alcoólicas, beber leite sem lactose ou baixo teor de lactose. E fazer exercício regularmente, não fumar e não mascar pastilhas elásticas.
Existem alimentos que tenham efeito contrário?
Existem, por exemplo, condimentos e ervas que ajudam na redução dos gases. Por isso devemos adicioná-los aos alimentos habituais. Ervas como o alecrim, a salva, o tomilho ajudam a reduzir os gases. Da mesma forma, os chás de hortelã-pimenta, de camomila e de funcho ajudam a aliviar a flatulência e podem ser bebidos após as refeições que contenham alimentos referidos como produtores de gases.
