Crónica da Má Língua: “Save Melania.” Ou talvez não…

Fez-se a luz no meu espírito… no domicílio Trump, as sapatadas e os empurrões devem ser a etiqueta familiar.

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A beleza é uma armadilha. O Poder também. Principalmente quando combinados com uma riqueza não mensurável para o comum dos mortais. Mas nem mesmo aqueles que reúnem todos estes requisitos conseguem a harmonia e disfarçar a exasperação e o desconforto. Melania e Donald Trump estão em conflito doméstico.

Não conhecemos a razão que levou a primeira-dama a recusar e a sacudir por duas vezes a mão do seu cônjuge, mas foi exatamente isso que ela fez no início da primeira viagem de Estado do casal. Não foi bonito e não lhe ficou bem.

Quem quer sossego na vida não se casa com o Donald Trump.

Não digo que tive pena do Sr. Trump, mas achei o ato impróprio e muito deselegante. Encolhi-me pelos americanos que viram a sua primeira-dama, sempre de semblante carregado, a desferir sapatadas no marido. Não é diplomaticamente correto. Embaraça quem os recebe e envergonha quem tem a desdita de ser representados por eles.

Andava eu nestas conjeturas, a pensar no que teria acontecido a estas duas almas para não deixarem as birras conjugais em casa, quando vejo Donald Trump a empurrar e a desviar o presidente do Montenegro na cimeira da NATO. Um encontrão valente, com cara de miúdo mal-educado. Aquilo, nos meus tempos de liceu, dava direito a uns carolos do resto da turma. O cavalheiro do Montenegro mostrou ser um príncipe e abriu um sorriso largo ao insolente presidente norte-americano.

Fez-se a luz no meu espírito… no domicílio Trump, as sapatadas e os empurrões devem ser a etiqueta familiar. Quem se comporta assim em público, o que fará em privado? Deixo-me ficar na ironia para não ter de aprofundar a ideia de que um casal com tal exposição pública não se inibe de ter uma linguagem física inquietante. Nos Estados Unidos, existe uma campanha iniciada por alguns humoristas intitulada “Save Melania”, uma brincadeira que ilustrava a convicção de que a pobre senhora estava refém deste marido com um ego do tamanho dos edifícios que constrói.

Mas, afinal de contas, Melania sabe defender-se e, pelos vistos, talvez seja única pessoa que nos pode ajudar a salvar o mundo deste equívoco político. Quando Trump quiser declarar guerra à Coreia do Norte, meter-se com a China ou fazer qualquer outro disparate, aciona-se o ‘efeito Melania’. Um olhar gélido e a mão esquiva nas cerimónias de Estado. O impeachment de Trump pode começar em casa… Nunca nos teria ocorrido!

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