Será que é possível ter amigos no local de trabalho? Catarina Martins garante que sim, e vai mais longe: a sua melhor amiga não trabalha na secretária ao lado − está sentada na cadeira do chefe!
Catarina e Beatriz Lemos, a atual CEO da agência Glam, conheceram-se aos 15 anos de idade e voltaram a encontrar-se na faculdade, na mesma turma. Finalizados os tempos universitários, seguiram rumos distintos, mas debaixo do mesmo teto. A amizade construída levou a que dividissem um apartamento, na Ribeira.
“Foi um ano fantástico. Há 20 anos vivíamos numa zona extraordinária do Porto.” Os percursos acabariam por tomar sentidos cada vez mais diferentes.
Catarina casou-se, teve filhos. Depois de designer, foi empresária, e juntamente com o irmão, arquiteto, desenvolveu um projeto – uma espécie de estação de serviço inovadora −, que combinava decoração e moda.
Quando pontualmente realizava desfiles e tinha necessidade de recorrer a figuras públicas, contactava Beatriz, já na altura responsável pela Glam.
“Um dia vens trabalhar para mim”, dizia-lhe Beatriz. E um dia isso aconteceu. Primeiro, em regime de avença. Depois, a tempo inteiro.
O dia a dia é stressante, a agitação faz parte do modelo de negócio, o que potenciará desentendimentos no local de trabalho… Ou talvez não.
Ao longo de cinco anos a trabalharem juntas, Catarina não identifica uma única zanga com a amiga. “Discordamos em alguns aspetos, mas zanga é uma palavra demasiado forte.”
A fórmula é simples: “A Beatriz não é uma amiga. Para mim, é uma irmã e, independentemente daquilo que ela possa dizer ou fazer, o que me liga a ela é algo tipo sangue. Por isso, não temos aborrecimentos. E tenho a certeza absoluta de que, a nível pessoal, nunca existirão.”
