É um abuso

O caso da enfermeira do Hospital Garcia de Orta, em Almada, que foi agredida na semana passada, no parque de estacionamento do hospital, por um indivíduo que alegadamente tinha como intenção final a violação, conduz-nos a (pelo menos) uma pergunta e a um artigo.

Pergunta 1: Como é possível?
Mas é possível. Os números comprovam:
Desde 01 de janeiro até ao dia 23 de novembro 2016, houve, em média, 1,44 mulheres vítimas de um qualquer crime sexual.

Entre as 61 violações registadas pela PSP, as mulheres mais novas (2) tinham 18 anos, enquanto a mulher mais velha tinha 78 anos. Já nos crimes contra a liberdade e a autodeterminação sexual, a mulher mais velha tem 94 anos, sendo que a maioria das vítimas (266) tem entre 18 e 40 anos, segundo comunicado da Lusa.

Em 2016, também a Guarda Nacional Republicana (GNR) adiantou à Lusa ter registado, nos primeiros seis meses, 200 crimes sexuais contra mulheres, entre as quais 26 violações.

Artigo: “Parem de justificar os violadores”

Este título ficou-me gravado na memória, quando a jornalista da CNN (Roxane Jones, considerada Mulher do Ano em 2010), escreveu sobre o caso de Brock Turner, um jovem de 21 anos, nadador da Universidade americana de Stanford e condenado a seis anos de prisão por violar uma mulher inconsciente. “Ele é um bom menino”, escreveu o pai de Brock aos tribunais. E Brock, o violador, saiu da prisão em liberdade, cumprindo apenas três meses. Tantas desculpas, dizia a jornalista. E com razão.

 

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