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(o diário de um luxo: a vida)

Crónica de Pedro Chagas Freitas

|sexta-feira|

A felicidade é ter tudo. O luxo é ter tudo e mais alguma coisa.

Os grandes Homens são aqueles que superam duas situações igualmente traumáticas: ter coisas a menos; ter coisas a mais. Se, por um lado, é um acto heróico ir à procura do que nos falta, por outro lado não é menos heróico despejar de nós o que nos sobra. É tão corajoso o que trepa uma montanha para conseguir o que quer como aquele que trepa uma montanha para se livrar do que não quer.

Todos queremos aquilo de que precisamos; mas nem todos precisamos daquilo que queremos. O mais feliz não é o que tem mais daquilo que quer; o mais feliz é aquele a quem falta menos daquilo de que precisa.

Agora vai: faz as tuas contas.

|sábado|

É este, no limite, o destino final de cada viagem: estar a caminho de qualquer coisa. Ou estás a caminho de algo ou estás morto.

|domingo|

É bom, no interior do desassossego, sentir que o mundo permanece, intocável. Existe a arte para interromper a realidade, e também para lhe dar algum sentido, obviamente. A felicidade é 100% de arte + 100% de amor, numa soma que inacreditavelmente é igual a tudo. Obrigado.

|segunda-feira|

Tenho medo de sentir. Todos têm medo de sentir. Como se sentir doesse. A dor é a certeza de que sou, de que assumidamente sou. O vento bate na janela, sem pensar. A vida também pode ser isso, por vezes: bater na janela, sem pensar. São tantos os que criticam o vento e tão poucos os que o conseguem ser.

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