Deixou crescer o cabelo e a barba para dar vida a Licurgo na novela Novo Mundo, da SIC, na qual integra um casal (com a atriz Vivianne Pasmanter) politicamente incorreto. O ator brasileiro Guilherme Piva acaba de fazer 50 anos, trinta dos quais em cena. E está nos seus planos uma visita a Portugal.
A sua personagem na novela Novo Mundo, apesar de politicamente incorreta, tem sido muito popular. Como explica esse fenómeno?
Totalmente politicamente incorreto! O Licurgo até tentou ser deputado e criar leis absurdas como aquelas que estamos a viver atualmente. Julgo que com humor consegue-se comunicar melhor este tipo de assuntos. Esse foi o grande trunfo dos autores da novela e da composição que o diretor artístico Vinícius Coimbra me deu. Mas também acho que, por outro lado, a personagem é bastante inocente e crédula, o que a humaniza. Além disso, está sempre a dar-se mal. É alguém que é castigado a cada tentativa. Outra característica que o público adora.
É conhecido por nunca recusar nenhum papel. Porquê? É coincidência ou ética de trabalho?
Não é bem assim. Eu já recusei alguns papéis, só que ninguém chega a saber [risos]. Eu gosto muito de trabalhar e de novos desafios. E muitas vezes os convites surgem com a possibilidade de interpretar personagens com as quais me identifico. Se não gosto, não faço. O meu prazer não tem preço.
Além das câmaras, também é conhecido nos palcos. A preparação para estes dois tipos de trabalho é diferente?
Comecei no teatro e continuo a representar no palco. Além de adorar fazer teatro, considero que esta é uma escola imprescindível para o ator. Não diria que a preparação para os dois estilos é diferente, mas sim que cada papel é único e exige um tipo de preparação específico.
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