Os Empregos do Futuro

Os empregos do futuro

Quais são os empregos com maior procura até 2026? Enfermeiros no topo da lista!

Tecnologias como a inteligência artificial e a aprendizagem maquinizada (“machine-learning”), a robótica, a impressão 3D, a nanotecnologia, e a biotecnologia estão a mudar tudo aquilo que conhecemos, tal como a máquina a vapor mudou as regras do jogo no século XVIII.

Em 2016, o Fórum Económico Mundial lançou um relatório chamado “The Future of Jobs” – O Futuro dos Empregos – que prevê que até 2020, 5 milhões de postos de trabalho serão eliminados e substituídos por máquinas, sendo que, segundo o mesmo documento, este número continuará a crescer.

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Na primeira oportunidade quisemos verificar melhor esta tendência. “Sophia, concorda com esta previsão?”. Sophia, a robot programada com inteligência artificial que já foi considerada cidadã na Arábia Saudita, estava na WebSummit, evento que decorreu em novembro, em Lisboa, e que é considerado a melhor conferência de tecnologia do planeta. Sophia atraía uma fila de jornalistas e curiosos. Mas “Júlia – De Bem com a Vida” cruzou-se com ela na sala de imprensa, e sem conseguir distrair-se dos fios que a ligavam a um aparelho, menosprezou as suas reações: “agora que estou preparada para responder às vossas questões, podem explicar-me de que se trata?”. Sophia não deu abébias. E disparámos a pergunta principal. Resposta de Sophia: “Haverá 1000 Sophias em 2020… Incluindo apresentadoras de televisão”. Toma e embrulha.

Empregos que sobem e descem

Empregos administrativos, trabalhadores fabris, e mesmo áreas como a regulamentação e a lei, serão afetados por esta mudança. Artes, meios de comunicação, construção e manutenção são outras áreas que acusam a diminuição de colaboradores.

Por outro lado, cargos associados a operações financeiras e de gestão, bem como relacionados com programação e matemática, engenharia e arquitetura, vendas e educação, continuarão a revelar uma procura de mão de obra.

A morte da arte?

Estaremos então entregues às máquinas, frias e sem sentido de arte? Parece que não. A criatividade, aliada à capacidade de resolução de problemas e ao pensamento crítico, será uma competência bastante solicitada. A gestão interpessoal enquanto qualificação continuará em força, e mais valorizada que a capacidade de negociação. Saber ouvir, considerada hoje uma competência-chave, vai desaparecer por completo do top 10. E a inteligência emocional, que nem consta na lista em 2015, vai tornar-se numa das principais e necessárias skills em 2020.

Mas o que acontece a quem não tem essas habilidades?

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Martin Ford, autor do livro “Robôs – A ameaça de um futuro sem emprego” e empresário em Silicon Valley, nos Estados Unidos, diz na sua obra que até os engenheiros de computadores poderão ver os seus trabalhos substituídos pelo de máquinas. Ford explica que, numa primeira fase, a tecnologia criará novos trabalhos, sendo que a segunda fase evolui para a substituição dos empregos mais qualificados por… máquinas. O avanço nesta inteligência artificial criará um novo mundo, em que as máquinas aceleram o seu próprio desenvolvimento. Ao contrário do que aconteceu com o anterior processo de industrialização, não nos veremos livres apenas do trabalho físico. O trabalho intelectual, o qual alimenta o tecnológico, também empregará cada vez menos pessoas.

Ao fundo do túnel, Martin Ford vê um futuro sem postos de trabalho. Será que ele vê bem, perguntamo-nos. O autor garante que sim. E acrescenta que também vê vantagens: nesta realidade, à qual nos conseguiremos adaptar, assegura, teremos mais tempo para passar com a família.

Mas se há menos emprego, como sobrevirão as famílias? Perante a queda de postos de trabalho, os proponentes do conceito Rendimento Básico Incondicional ganham força.

No relatório “O Futuro das Competências: O Emprego em 2013”, em que se recomenda – “parem de se lamentar pelo facto de as máquinas roubarem os nossos postos de trabalho”, o Rendimento Básico Incondicional (uma espécie de subsídio do Estado igual para todos) é uma possível solução face ao desemprego.

O conceito não é novo e, pela mão de alguns especialistas em economia, atravessa agora a ponte para o futuro. Numa lógica em que deverá criado um novo sistema social e financeiro que se adapte e/ou sustente a rápida evolução, poderá este rendimento ser uma resposta? Por enquanto, é só mais uma pergunta.

 

Quais são os empregos do futuro?

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De acordo com Gabinete do Trabalho dos Estados Unidos, aqui estão os empregos com maior crescimento de procura até 2026:

1. Enfermeiros – com projetadas mais de 430.000 vagas até 2026. A procura de enfermeiros que façam a triagem de pacientes de forma personalizada será cada vez maior.

2. Developer de aplicações e programas de computador. Não é surpresa nenhuma que este seja um dos empregos mais quotados no futuro, com o nosso dia-a-dia cada vez mais dependente deste tipo de programa.

3. Gestores de operações e gestores gerais. Enquanto que os trabalhos de maior minúcia serão ocupados por máquinas, será sempre necessário quem supervisione todos os projetos e processos no geral.

4. Gestores financeiros. Da mesma forma que é sempre necessário ter alguém humano a supervisionar o trabalho, também será necessário ter um elemento humano a tomar decisões a nível financeiro.

5. Médicos e cirurgiões especializados. O corpo humano é diferente de caso para caso, e não há algoritmo que bata uma abordagem especializada por parte de um médico ou cirurgião, pelo menos até 2026.

6. Contabilistas e auditores. A colocação do contexto pessoal e empresarial às histórias financeiras e de processo de empresas será cada vez mais procurada, ainda tendo em conta que no futuro, haverão mais trabalhadores independentes e flexíveis que necessitarão de acompanhamento.

7. Advogados. Embora a tecnologia será um dos meios mais afetados pela tecnologia, a verdade é que para a representação de pessoas e entidades em casos legais, não se poderá colocar uma máquina. Prevê-se um aumento de 74.000 posições em 2026.

8. Gestores e analistas de marketing. Os estudos das condições de mercado e a criação de campanhas de marketing de sucesso estarão cada vez mais associadas aos elementos humanos no futuro.

9. Analistas de gestão. Realizam pesquisas e desenvolvem procedimentos para permitir que as empresas funcionem de forma mais eficiente.

10. Gestores de serviços médicos e de saúde. Planeiam, dirigem ou coordenam serviços de saúde, que estarão sempre fundamentados em elementos humanos.

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