Como se não bastasse a maratona da vida, esta bisavó de 83 anos prepara-se para a Maratona de Londres.
Para a ajudar a lidar com o luto pelo falecimento do seu irmão, Jean Harcourt, de 83 anos, decidiu treinar para a Maratona de Londres, uma das mais difíceis do mundo devido às condições climatéricas na capital britânica.
O seu irmão, Danny, morreu de ataque cardíaco em outubro de 2016. Foi um grande choque, até porque no dia anterior Danny mostrava mais uma vez a sua boa disposição. “Na véspera da sua morte, estávamos a rir e a brincar um com o outro”, explica Jean. “Ele sempre foi muito bem-disposto. Fazia-me sempre rir. Era uma força da natureza, não havia igual.”
A notícia afetou-a bastante. “Quando o meu irmão morreu, fiquei mesmo muito triste”, diz. “Fui invadida por uma grande tristeza. Foi tão inesperado… Um choque enorme.”
A bisavó leu entretanto um artigo que aconselha a fazer algo que parece impossível para ajudar a lidar com a dor e a perda, e começou a treinar atletismo para a Maratona de Londres. Jean já tinha corrido uma maratona, há 14 anos, mas desde então nunca mais o fez.
“Eu não conseguia nem fazer dois minutos, ficava logo sem fôlego. Agora corro seis vezes por semana”, conta. Jean começou a treinar em junho de 2017, começando pouco a pouco. Primeiro, uma corrida de um minuto. Hoje, cerca de 55 quilómetros por semana.
“Sou uma pessoa muito determinada, e isso ajuda a lidar com o sofrimento”, explica Jean. “Eu aconselho todos aqueles que estão a passar por uma situação de luto a enfrentarem algo que pareça impossível.” No caso de Jean, foca-se na maratona e isso ajuda-a a lidar com a perda. Na maratona, o que importa é terminar a prova, independentemente do resultado. “Não é uma corrida. É uma prova de resistência.”
O apoio familiar também é importante. A neta, Ellen Tomlinson, de 30 anos, incentiva o mais possível a avó. “A minha avó é a minha heroína. Ela tem sido uma grande influência na minha vida”, comenta Ellen. “É uma mulher muito especial. Ela é o orgulho da nossa família.”
Outro objetivo de Jean com a sua participação na Maratona de Londres é arrecadar dinheiro para um familiar próximo que tem doença de Parkinson. E esta atleta de 83 anos diz que ele é que é o verdadeiro herói.
