Todos os anos, o World Economic Forum (Fórum Económico Mundial) apresenta os 10 países mais felizes do Planeta. Em junho passado, a organização partilhou mais uma estatística curiosa: os adolescentes holandeses são dos mais felizes do mundo.
A felicidade é o graal que todos buscamos em qualquer lugar, momento ou relação. Por isso, a pergunta certa perante este dado é: o que temos nós a aprender com os adolescentes holandeses?
Portugueses a viverem na Holanda, aandacht (atenção! em holandês), conseguem ajudar na resposta?
Santiago, 43 anos, vive e trabalha há mais de 10 anos em Amesterdão. Conta-nos que “efetivamente, quem visita a Holanda, regressa a casa com esse feeling (de que a Holanda é um sítio feliz)… Não apenas as crianças e os adolescentes mas também os adultos parecem ser felizes e ‘estar de bem’ com a vida…”, conta o empresário na área do turismo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a Educação na Holanda destaca-se por algumas decisões ‘felizes’. Nomeadamente, “os adolescentes holandeses são dos adolescentes na Europa que menos pressão sentem no que respeita aos trabalhos escolares”.
Santiago realça que na questão da educação, “os aspetos lúdicos e artísticos não só estão presentes mas são valorizados enquanto componentes/conteúdos relevantes/determinantes para o desenvolvimento funcional de cada indivíduo…”.
Enquanto adultos, acrescenta o emigrante português, “o facto de existir um fácil acesso ao mercado de trabalho/enquadramento profissional, estimulado por uma economia bastante dinâmica permite a todos vivere uma vida sem grandes constrangimentos, em que há tempo e dinheiro para tudo, incluíndo para os pequenos luxos”.
Nas escolas, o ambiente entre os colegas é afável. Neste vídeo, o Fórum cita que “86% dos adolescentes holandeses refere que os seus colegas são amáveis e prestáveis”.
Já o relacionamento com os pais: na Holanda, “os adolescentes sentem uma grande abertura para falar com os pais”. Para falarem sobre tudo, sublinha Santiago. E, como refere a organização internacional, “relações familiares fortes significam melhor saúde mental e maior satisfação com a vida”.
O Fórum partilha que os pais holandeses não esperam dos filhos obediência, e que por isso, os adolescentes aprendem a ter mais autonomia.
A felicidade está ainda à mesa: segundo o Fórum, aquela que muitos consideram ser a principal refeição do dia, o pequeno-almoço, é cumprida pela maior parte dos holandeses.
Santiago explica melhor: Na Holanda, as duas principais refeições são o pequeno-almoço e o jantar. O pequeno-almoço tradicional seria mais substancial, mas a correria dos nossos dias tem vindo a alterar essa realidade. Hoje o pequeno almoço pode incluir sumos de fruta, cereais, iogurtes, leite, pão, queijo e outras charcutarias. Não obstante, tanto crianças como adultos, todos saem de casa com um pequeno lanche para o meio da manhã… Já o Almoço é super rápido e consiste numa refeição ligeira (sandwich, salada ou sopa). O jantar chega cedo, por volta das 18h00, e para compensar o almoço ligeiro”.
Para Santiago, além dos aspetos nutricionais importa absorver algumas (boas) práticas de educação:
– O sistema é, tanto quanto possível imparcial quanto a modelos. Como exemplo, a Família – tanto pode ser Homem – Homem / Mulher – Mulher / Homem – Mulher
– Na Holanda, são valorizadas as atividades didáticas e artísticas
– Valoriza-se também o contacto com a natureza (muitas escolas têm lotes de terreno que são tratados como hortas pelas crianças.
https://www.youtube.com/watch?v=g3cdt_l-QM0
