Marcha de Protesto: “Brinca comigo. Não com o teu telemóvel”

Em Hamburgo, na Alemanha, as crianças voltaram-se contra aquele que é supostamente um “amigo” dos mais novos: o telemóvel.

A ideia desta marca de protesto pertence a um menino de 7 anos. O Emil e as crianças que se juntaram à iniciativa lutam contra o vício do uso de telemóvel por parte dos pais.

O telemóvel e a oferta de jogos desenvolve, segundo estudos, a capacidade de multitasking nos mais novos, a visão periférica e a intervenção de regiões do cérebro associadas à tomada de decisões e à resolução de problemas.

Mas o telemóvel também tem… os seus problemas. Além do impacto comportamental: frustração, hiperatividade.

Há muito que se investiga o efeito das radiações do telemóvel na saúde e as conclusões não são definitivas. Embora haja sinais de alerta. Em 2016, a jornalista especialista em ciências, Carina Storrs, ao divulgar um estudo do National Institute of Environmental Health Sciences, escreveu: “as radiações do telemóvel aumentam o cancro nos ratos, mas devemos estar preocupados?”.

O telemóvel, um instrumento muito importante na comunicação, é ainda acusado de falhar nesta função.

Jenny Radesky, do Centro Médico de Boston, partilha a sua preocupação no site especializado em saúde mental, Psych Central. Jenny tem observado que os telemóveis estão a interferir nas ligação entre pais e filhos e na atenção que os pais dão aos filhos: “as crianças aprendem a linguagem, aprendem sobre as suas emoções, aprendem a geri-las. Elas aprendem a ter uma conversação ao observarem-nos. E se isso não está a acontecer, as crianças estão a perder importantes marcos do seu desenvolvimento”.

Emil Rustige, o rapazinho de sete anos que convidou as crianças a saírem à rua e a marcharem contra o vício do telemóvel dos pais, entoava slogans como “Estamos aqui e a falar alto porque vocês apenas estão a olhar para os telemóveis”.

Emil espera que, depois desta manifestação, as pessoas passem menos tempo ao telemóvel.

É um conselho de um menino de 7 anos. Vale o que vale. E neste caso, vale muito! 

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