“O uso do telemóvel faz com que as pessoas à nossa volta se sintam menos importantes” Simon Sinek

Estudos de mercado apontaram um forte crescimento na aquisição de bens tecnológicos de consumo, como telemóveis, durante o primeiro trimestre de 2018. No ano passado, foi este o setor que mais cresceu no primeiro trimestre de 2018.

“Os pais têm que intervir. Não podemos dar às crianças o livre acesso às redes sociais e ao telemóvel. Elas não estão preparadas para tal. A sua mente não consegue lidar com a dopamina” (substância química do nosso sistema nervoso associada ao prazer das coisas imediatas), diz Simon nesta sua palestra que se encontra online.

O uso de telemóveis é, para Simon Sinek, um motivo de alarme global. Simon, considerado um pensador visionário, é autor de livros como Together is Better (“Juntos é Melhor”, tradução livre), ensina lideres de organizações a inspirar pessoas e acredita num futuro mais brilhante e otimista e na capacidade de as pessoas podem construí-lo.

O tema que aborda nesta palestra é uma das suas causas.

Simon sugere que se limite o acesso do telemóvel, para impedir uma realidade que assistimos nos dias de hoje: a forma como os jovens se comportam no mundo do trabalho:

“Vemos os mais velhos, a trabalhar no seu computador, e com o telemóvel ao lado. E vemos os colaboradores mais jovens, que trabalham no computador enquanto olham para o telemóvel”.

https://www.facebook.com/InnerlightMedia/videos/505790973240599/

 

Simon cita um estudo feito com ratos, nos quais testaram o multitasking – execução de várias tarefas em simultâneo. Neste estudo, um grupo de ratos foi exposto, alternadamente, a luzes de computador e de telemóvel. O autor explica que os ratos deste grupo demoraram três vezes mais a resolverem um labirinto, comprando que o grupo de cobaias que não esteve exposto a esta “agressão”.

Há ainda uma reação subconsciente associada ao uso destes aparelhos, alerta Simon. “Eu estou aqui com este telemóvel na mão, e a falar convosco. O telemóvel não está a tocar, não está a vibrar e eu não estou a falar ao telemóvel. Qual é o problema então? Vocês sentem que são a coisa mais importante para mim, neste momento, nesta sala? Não. Porque há uma reação subconsciente relativamente ao aparelho”, realça.

O uso do telemóvel faz com que as pessoas à nossa volta se sintam menos importantes, revela Simon. E isso acontece, por exemplo, quando o chefe de uma equipa caminha no corredor e alguém lhe pergunta algo como: “chefe, posso colocar-lhe uma questão?”. Simon refere: “É diferente se lhe respondo: ‘claro que sim’, com o telemóvel na mão. Ou se lhe respondo ‘claro que sim’, colocando de imediato o telemóvel no bolso”.

À falta de bolso, Simon sugere uma gaveta ou algo que dê a entender ao outro que naquele momento, ele é a “coisa” mais importante.

O consultor anglo-americano estende a problemática para situações de almoços ou encontros de colegas ou familiares.

“O que fazem as pessoas quando estão numa sala à espera que a reunião comece? Usam os seus telemóveis? Mas sabe quando é que as relações se constroem? É nos pequenos intervalos de tempo”, diz Simon.

A pensar!

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