Foram muitos os livros que passaram pela minha mesa de cabeceira. Pelos bastidores do teatro. Pelos intervalos dos programas. Pelos meus momentos de viagem. Estes, entre outros, fazem parte do meu top do ano 2019. Por vários motivos, deixaram-me a pensar, fizeram-me viajar mais longe, prenderam-me com mais força às palavras, obrigaram-me a crescer. E a aprender. Sempre.
Pátria, de Fernando Aramburu
A história de duas famílias separadas pela ETA. Um livro sobre luto, perseguição, fanatismo, perdão. É uma narrativa imperdível.
Jogos de Raiva, Rodrigo Guedes de Carvalho
Um livro que me deixou profundamente comovida e razoavelmente perturbada. Através da história de uma família e das suas três gerações, marcadas pela faceta mediática de um pivot de telejornal e pela dimensão artística de uma jovem, a filha, ligada à música, abordam-se e cruzam-se duros retratos de remorsos, ameaças, ódio. Todas as famílias têm os seus segredos e este livro mostra-nos como podem as famílias serem confrontadas na era global com o mais profundo dos horrores.
A Balada do Medo, Norberto Morais
Numa América Latina imaginada (e tão bem conseguida) pelo autor, Cornélio Santos Dias de Pentecostes é confrontado com o anúncio da sua morte. E é este anúncio que nos embala numa espiral de desespero, medo, mas também humor e salvação. Dez dias é quanto resta à personagem. Dez dias numa leitura apressada ao ritmo desenfreado dos bons romances.
Operação Shylock, de Philip Roth
Um livro que transborda em criatividade e inteligência. marcado pela ténue fronteira de facto e ficção. “E se um sósia desconhecido lhe roubasse o nome, lhe usurpasse a biografia e andasse pelo mundo a fazer-se passar por si?”. E mais não revelo sobre a Operação Shylock do norte-americano Roth.
A Luz de Pequim, Francisco José Viegas
Sou fã do inspetor Jaime Ramos que, neste livro, parte do Porto ao Minho e ao Douro, até Pequim.
Pelo meio, um corpo pendurado nos pilares da Ponte de D. Luís, no Porto, e um cadáver de uma mulher encontrado nas colinas do Douro. Um romance intrigante e apaixonante. Até Pequim. Na verdade, vou até onde o inspetor me levar.
O Homem que gostava de cães, do cubano Leonardo Padura
Um livro que andava meio perdido, lá por casa. Um dia peguei nele e li-o de uma assentada. Com O Homem que gostava de cães, do cubano Leonardo Padura, recordei o assassinato de Leon Trotsky. Foi a descrição deste assassinato mediático que internacionalizou Pandura. Um enredo policial muito bem reconstituído. Recomendo.