Os três tipos de luto sobre os quais ninguém fala

O luto nem sempre está relacionado com a morte, mas tem sempre a ver com ligação e separação. Isto de acordo com Kenneth J. Doka, autor do livro ‘Grief Is a Journey’. O especialista defende que algumas das nossas maiores perdas podem não ser detetadas por aqueles que nos são próximos – e até mesmo por nós próprios, e, como tal, entrou em detalhes sobre os três tipos de luto ao Huffington Post.

1) A perda de alguém que em tempos conhecemos

“Às vezes as pessoas que ama mudam de formas significativas. Elas ainda fazem parte da sua vida – mas não da forma que se lembra ou como os conheceu. Podemos fazer o luto das pessoas à medida que se afundam em doenças mentais, no alcoolismo ou no uso de drogas. As mudanças positivas também podem levar ao luto, quando uma pessoa se torna diferente do indivíduo que conhecíamos e amávamos”.

2) A perda de alguém que ainda não perdemos

“O luto antecipatório é um termo que se refere ao que se sente em relação a alguém com uma doença que limita a vida. A perda de saúde – até mesmo a antecipação da perda – contida no diagnóstico pode ser uma fonte de luto não apenas para o paciente, como também para os seus entes queridos. Perdemos o nosso mundo hipotético. Todos os nossos planos, pensamentos, sentido de futuro – até a sensação de proteção e segurança – são desafiados. O futuro que conhecemos não é aquele que imaginámos”.

3) A perda da pessoa que costumávamos ser

“Tudo muda à medida que envelhecemos. Algumas mudanças são levadas na desportiva, mas outras têm um impacto profundo. Por exemplo, pense no nascimento de uma criança. Pode ter antecipado este momento durante anos e ter-se sentido radiante. Mas também sabe que a sua vida será diferente; durante as próximas décadas, a sua liberdade será limitada – e durante um período mais curto, também o seu sono”.

Para lidar com a tristeza, Kenneth J. Doka aconselha procurar confidentes, profissionais e grupos que possam prover apoio. Acima de tudo, salienta a importância de reconhecer a dor e compreender a validade das emoções para embarcar numa jornada de recuperação.

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