As pacientes com cancro da mama estão cada vez mais adeptas de terapias alternativas, em detrimento da quimioterapia, de acordo com cientistas norte-americanos.
Investigadores da Universidade de Columbia, Nova Iorque, estudaram as taxas de adesão à quimioterapia entre mulheres a quem o tratamento foi recomendado pelos seus médicos. Os especialistas concluíram que dessas pacientes, aquelas que apostavam em terapias complementares tinham mais propensão para rejeitar os conselhos dos médicos.
“O uso de terapias complementares e alternativas entre as pacientes com cancro da mama aumentou nas últimas duas décadas”, lê-se no estudo. “Os mais comuns são os suplementos dietéticos e as práticas para o corpo e a mente [yoga, massagens, meditação, acupuntura, etc.]”.
Os especialistas expressaram preocupação em relação ao facto de não estar provado que tais terapias são eficazes no tratamento de tumores malignos.
“Cada mulher tem o direito de escolher se quer ou não fazer da quimioterapia parte do seu tratamento para o cancro da mama. Mas ao tomar essa decisão não devem pensar nas terapias complementares e alternativas como substitutas da medicina convencional”, diz a Dra. Emma Smith, diretora de informação científica do Cancer Research UK, ao ‘The Independent’. “Tratamentos como a quimioterapia, fármacos específicos e a radioterapia foram alvo de pesquisa em ensaios clínicos e está comprovado que são eficazes nas pacientes com cancro”.
A Dra. Emma Smith sublinha ainda que apesar de alguns tratamentos complementares poderem ajudar a melhorar a qualidade de vida, não está comprovado que aumentam a taxa de sobrevivência.
“Alguns podem ser prejudiciais e possivelmente interferir com os tratamentos convencionais. Se está a considerar recorrer a terapias complementares é importante falar primeiro com o seu médico e certificar-se de que é seguro”.