Meteorologista ‘obrigada’ a tapar-se em direto

Um canal de TV local norte-americano, mais especificamente de Los Angeles, está nas bocas do mundo. Tudo porque obrigou uma meteorologista a vestir um casaco em plena emissão. O incidente dividiu o público entre aqueles que apoiam a iniciativa e aqueles que a consideram machista e ultrapassada.

A repórter Liberté Chan estava a fazer o seu trabalho quando, de repente, se vê no pequeno ecrã um braço a passar-lhe um casaco cinzento.

“O que se está a passar? Querem que eu vista isto? Porque está frio?”, questiona Chan.

“Estamos a receber muitos e-mails. Aqui tens”, responde um colega de trabalho fora da tela.

Chan, incrédula, aceitou a peça de roupa e brincou com o facto de “parecer uma bibliotecária”.

Mais tarde, a apresentadora e os colegas leram alguns dos e-mails em causa.

“Parecia que a Liberté Chan ficou até tarde numa festa e foi trabalhar com o mesmo vestido. Não é apropriado para apresentar o boletim meteorológico matinal. Os produtores não deviam ter permitido que ela o fizesse num vestido de cocktail”, lê-se num deles. Já outro espetador considerou o look “totalmente inapropriado”.

No entanto, muitos utilizadores das redes sociais saíram em defesa da meteorologista alegando que estava bem e acusando os opositores de machismo. Alguns salientaram ainda o duplo padrão levado a cabo pela mesma estação que em tempos convidou modelos em lingerie para reportarem o estado do tempo.

“É tudo menos profissional que interrompam enquanto estás a fazer o teu trabalho e te falem de uma maneira tão condescendente apenas porque, sem questionar sequer, deram prioridade a queixas de espetadores que são sexistas”, escreveu um internauta na página de Facebook de Liberté Chan.

Liberté explicou nas redes sociais que o padrão do vestido “muito recatado” entrava em conflito com os gráficos projetados, daí a estação ter improvisado uma indumentária. A repórter lamentou ainda o facto de o foco estar na sua roupa e não no seu desempenho profissional e pediu desculpa a quem ficou perturbado com o look – e às bibliotecárias que ofendeu.

“Trabalho há dez anos em televisão e, por esta altura, já aprendi que todos temos uma opinião e que é preciso ser rijo para trabalhar nesta área. Este é um meio visual e, por vezes, a nossa escolha de indumentária funciona, outras vezes não”, escreveu Chan no Facebook. “Para ser honesta, o vestido preto era a minha segunda opção, porque a primeira não resultou. Para que se saiba, a KTLA 5 não me pediu para vestir o casaco. Estava apenas a brincar com o meu coapresentador. Eu adoro o meu trabalho, os meus patrões e os meus colegas”, prosseguiu.

Não é a primeira vez que Liberté Chan está no centro de uma polémica devido às suas roupas. Noutra ocasião, o vestido branco e padrão floral da meteorologista entrou em conflito com os gráficos projetados e o mesmo pivô que lhe disse que estavam a receber muitos e-mails, salvou-a naquele dia. Ofereceu-lhe o casaco preto.

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