Quando eu era pequena… por Mariana Monteiro

Sempre fui uma rapariga de riso fácil. Penso que essa é até a característica mais presente em mim e que me tem acompanhado desde sempre. Já era assim nos vídeos filmados pelo meu pai, em que ainda dormia numa cama de grades, sempre a sorrir!

Depois, se bem me lembro, queria ser tudo aquilo que a minha irmã (quatro anos mais velha) queria ser. Se a vontade dela fosse de ser professora de inglês, eu também o seria. Mas aquilo de que mais gostava era de poder satisfazer as vontades da minha irmã e dar vida ao que ela me pedisse. Desde recriar o Chuva de Estrelas, a réplicas de videoclipes de artistas de que gostávamos, fazíamos tudo em conjunto, mas ela sempre na realização e na direção, e eu (a palhaça de serviço!) na frente da câmara. No entanto, as produções davam-me direito a indumentárias inventadas, através de robes e camisas de noite da minha mãe, mais um ou outro detalhe de maquilhagem. Pois… vou ter de assumir que a vaidade veio precocemente, quando, aos três anos de idade, estava eu com os meus pais e a minha irmã a assistir a uma peça no Teatro Sá da Bandeira, e desapareço até que a minha mãe vai dar comigo debaixo da cadeira onde ela estava, literalmente, a acabar-lhe com um batom.

Tive uma infância feliz! Só tenho pena de ter ficado sempre com vontade de viver à frente da minha idade, o que fez com que deixasse as barbies quando a minha irmã as deixou, me retraísse perante comportamentos mais infantis, e até me fizesse sentir um pouco “desajustada” na escola, porque queria colegas mais velhos. O grupo da minha irmã também era meu por direito e, portanto, uma vez amadurecida, não queria andar para trás! J Acho que é por isso que hoje em dia sou tão infantil! Costumo dizer, na brincadeira, que agora quero compensar todos esses anos em que renegava a minha infantilidade! J De qualquer forma, o que posso concluir é que quem tem uma irmã ou um irmão tem tudo! O importante é nunca deixarmos a nossa criança morrer, pelo contrário, há que alimentá-la, sempre!

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