O sucesso de Ricardinho, lá fora.
Mal cheguei a Espanha, o treinador do Inter Movistar teve uma reunião comigo e disse: “Desejo-te toda a sorte do mundo no clube, espero que nos consigas ajudar a vencer, mas ficas a saber que não és uma contratação minha, és contratação do presidente. Por isso, ou trabalhas ou o teu tempo de jogo vai ser muito pouco.”
Logo ali, fui colocado no lugar. Pelos nuestros hermanos, fui recebido com alguma desconfiança… Queriam ver-me jogar numa grande liga, a melhor do mundo. Até porque vinha como contratação “estrela”, para um clube que já não vencia nada há cinco anos. Tive de provar constantemente que era um jogador de qualidade e que vinha para ajudar o clube a conquistar títulos.
Já no Japão, receberam-me como um deus, alguém que chegava para revolucionar o futsal em termos de jogo, imagem e marketing. E isso foi conseguido. Mas as reações são diversas nos diferentes países, e nem sempre como gostaríamos. Na Rússia, a desconfiança também estava presente, e, mesmo já tendo o título de melhor do mundo comigo, nunca me senti bem recebido, acartei sempre o sentimento de que era um jogador comum e pouco apoiado…
Sempre que estou fora, sinto falta da família, e da boa comida… Mas felizmente Madrid é das melhores cidades do mundo em tudo, por isso estou tão bem adaptado. Sinto-me muito feliz por ter alcançado o que alcancei em termos individuais ao ter sido eleito três vezes melhor do mundo.
Aos 30 anos, sinto que, acima de tudo, consegui ajudar Portugal com o meu trabalho individual, mas ainda quero ajudar coletivamente a tocar o céu, vencendo um Europeu ou um Mundial…
Gostava de terminar a minha carreira no Benfica, pois foi o clube que tudo me deu para chegar ao patamar a que cheguei.
Por outro lado, nos Estados Unidos ou no Dubai, sou tão bem tratado pelas pessoas locais e pelo valor que dão ao meu trabalho…
Ricardinho
Internacional português eleito o melhor jogador de futsal do mundo