Ritalina

Vendas de Ritalina dispararam nos últimos anos

A Ritalina já não é usada apenas para tratar casos de hiperatividade e défice de atenção nas crianças. Os especialistas estão preocupados com a sua excessiva utilização.

Chamam-lhe o comprimido da inteligência. Está indicado para o tratamento da perturbação de hiperatividade e défice de atenção, mas a realidade mostra que é cada vez mais usado sem estes diagnósticos.

Nos últimos seis anos as vendas de metilfenidato, designação comercial da Ritalina, duplicaram. Em 2010 venderam-se 133 mil embalagens deste medicamento, um número duplicou em 2016, atingindo mais de 270 mil embalagens vendidas. Embora este último resultado represente uma ligeira queda face a 2015 (ano em que se venderam 283 075 embalagens), a banalização do uso da Ritalina está a preocupar psiquiatras e psicólogos. É que, segundo avança o Jornal de Notícias (JN) , o medicamento tem sido utilizado para melhorar os resultados escolares das crianças.

Mais, ainda de acordo com o JN, que cita dados do Sistema Nacional de Saúde relativos a 2015, 26% dos comprimidos foram usados por crianças até aos 9 anos e 63% por rapazes entre os 10 e os 19 anos. Apenas 7% dos comprimidos tiveram adultos como consumidores.

A par da pressão dos pais e das escolas, pedopsiquiatras e psicólogos acreditam que o aumento exponencial do aumento do uso de metilfenidato reflete também um preocupante facilitismo dos médicos na prescrição. Preocupados, os especialistas apelam a um maior rigor nos diagnósticos e prescrição, até para não comprometer o desenvolvimento social dos menores. Isto porque, embora o medicamento seja seguro e eficaz, a banalização da sua administração não deixa de pôr em risco outras competências, como por exemplo, a capacidade de adquirirem mecanismos para combater o stress e se acalmarem.

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