Lar recria cenários do passado para estimular a memória dos idosos

Lar recria cenários do passado para estimular a memória dos idosos

Ajudar quem sofre de uma demência como o Alzheimer não significa apenas encontrar novos medicamentos. Significa também adaptar tudo o que rodeia o doente, como por exemplo, o local onde vive. Em Beverley, em Inglaterra, há uma residência que mostra que há detalhes que fazem toda a diferença.

A cada três segundos há uma pessoa no mundo com diagnóstico de demência, um problema que atinge 50 milhões de pessoas e que se estima que quase triplique em 2050, de acordo com o relatório mundial sobre a doença de Alzheimer de 2016 apresentado no passado mês de setembro.

As demências podem atingir 75,6 milhões de pessoas em 2030 e em 2050 chegar a mais de 130 milhões. A doença de Alzheimer representará entre 60 a 70% de todos os casos.

Em Portugal os números são oscilantes e apenas estimativas, mas apontam para mais de 180 mil pessoas com demências, 150 mil delas com Alzheimer, a forma de demência mais prevalente.

Promover a qualidade de vida das pessoas com demência, para além dos cuidados de saúde e do acompanhamento personalizado, passa nomeadamente pela manutenção do seu ambiente familiar em casa. Em Inglaterra, há um lar onde são recriados cenários do passado com o objetivo de estimular memórias familiares e felizes nos doentes.

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A residência de seniores fica na cidade de Beverley, em Inglaterra, e possui uma área de cerca de 55 mil metros quadrados, com direito a dois grandes jardins e diversos espaços voltados para o entretenimento dos seus moradores.

No local é possível encontrar vários cenários, desde montras de estabelecimentos antigos até lojas onde os moradores podem levar o que precisarem, o que os encoraja a conversarem sobre suas memórias do passado.

De acordo com Laurence Garton, diretor de desenvolvimento do lar Yorkcare, a direção procura criar o máximo de ambientes diferentes dentro da casa, de forma a que os moradores possam fazer o que sempre fizeram e que os visitantes possam acompanhá-los nessas atividades. Esse tipo de cuidados pode fazer toda a diferença na vida dos mais velhos, principalmente naqueles que sofrem de alguma forma de demência, nomeadamente Alzheimer.

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Ao contrário de alguns lares de terceira idade que podem ser espaços estéreis e tristes, funcionando como um local onde as pessoas vão passar os últimos dias das suas vidas, esta residência foi projetada para manter os moradores ativos e envolvidos na comunidade, permitindo-lhes viver uma vida o mais próximo possível do normal.

No entanto, morar nesta residência, que conta 78 quartos, não é para qualquer carteira. Cada semana, com tudo incluído, chega a custar cerca 700 libras, aproximadamente 786€. É um luxo que poucos podem pagar, mas não deixa de ser um bom lugar para viver o resto da vida.

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