Nunca antes tinha pegado num taco e desconhecia por completo as regras da modalidade, mas aos 68 anos Carlos Ferreira lançou a si próprio o desafio: aprender a jogar golfe. Experimentou, gostou e… aprendeu! Hoje, com 72 anos, Carlos já é um jogador “à séria”.
Sessenta e oito anos. Reforma, televisão, chinelos. E uns vouchers para aulas de golfe que inesperadamente caíram em cima da sua mesa de cabeceira. “Por que não, Pai? Nada como experimentar!”, desafiou a filha, Neusa Ferreira. Carlos vacilou. Nunca antes tinha pegado num taco e desconhecia por completo as regras do campo, incluindo as de etiqueta que é suposto preservar no green. Mas acedeu e assinalou a sua presença na Clube da Beloura. Era de longe o elemento mais velho do grupo, recorda Carlos, então com 68 anos. Hoje é o único que mantém a regularidade dos treinos. E dos torneios, para os quais é convidado através de amigos que partilham a mesma paixão por este desporto.
A idade avança, mas o handicap (termo usado para calcular a habilidade do jogador) diminui. “Se há uns tempos, tinha 30 (o handicap dos iniciados é 36), hoje já tenho 20”, revela orgulhoso, acrescentando que ainda está distante dos profissionais com handicap 0. De qualquer forma, tem os pés bem assentes no green e não aspira a ser Tiger Woods. Bastam-lhe os três treinos semanais e a sensação das tacadas. “Há um buraco no campo da Beloura que gosto especialmente. É o 14º. Aqui faço quase sempre par”, conta. E faz também muito exercício: “oito a 10 quilómetros por treino são praticamente garantidos. Nunca uso o buggy (carro de golfe). Prefiro andar a pé. É mais saudável”. No green, Carlos já é um jogador de golfe.
De sapatilhas, pólo e boné, o equipamento da modalidade em que investiu parte das suas economias assenta-lhe que nem uma luva. Até há bem pouco tempo tinha dificuldade em acertar na bola, e fazer uma tacada de longa distância era quase uma miragem. Mas quem o vê hoje, parece que sempre jogou golfe na vida. E afinal, aprendeu aos 68!
