“Confesso que me é muito difícil pôr uma máscara, tanto quando estou perdido de riso, como quando tenho de sorrir sem vontade nenhuma de o fazer”
Pedro Lopes, médico e futuro apresentador do Dr Saúde, programa com estreia marcada para o 26 de fevereiro.
Há situações difíceis em que um médico tem que usar máscara, correto? Já lhe aconteceu?
Sim… Os médico lidam diariamente com inúmeras situações de fragilidade e vulnerabilidade, em que as pessoas que nos aparecem no consultório, no internamento, ou na urgência, além da competência técnica, esperam de nós uma palavra tranquilizadora e amiga. Dar más notícias, seja a morte de alguém ou o diagnóstico de uma doença grave, são sempre situações complexas, em que é essencial termos sempre uma mensagem de conforto e de esperança, mesmo quando partilhamos da mesma revolta e sensação de injustiça da pessoa que temos à nossa frente.
Em direto, na televisão, já foi obrigado a pôr uma máscara?
Confesso que me é muito difícil pôr uma máscara, tanto quando estou perdido de riso, como quando tenho de sorrir sem vontade nenhuma de o fazer.
Por exemplo, há cerca de um ano e meio, numa semana em que tinha acabado de perder uma amiga em circunstâncias dramáticas, tive de fazer o “Querida Saúde” e manter um sorriso no rosto. Não foi fácil e toda a equipa percebeu que não estava bem, mas tento sempre lembrar-me que aqueles que me vêem em casa esperam de mim um sorriso e uma palavra amiga.
O contrário também já me aconteceu, num programa sobre “sexo aquático” com o João Paulo Rodrigues, em que o tema só por si já dava azo a brincadeiras, mas em que durante aqueles 20 minutos de emissão, mesmo com todas as piadas, eu lá consegui aguentar sem desmanchar.
Consultório e Estúdio de TV: principais diferenças e semelhanças?
A principal semelhança entre o consultório e o estúdio de TV passa pela humanidade e simplicidade que procuro colocar no meu discurso. Acredito genuinamente que a literacia das pessoas sobre as temáticas da saúde é a melhor forma de medicina preventiva que podemos ter à nossa disposição, mas para ser eficaz as pessoas que me procuram no consultório ou que me acompanham na TV têm de me entender.
A principal diferença reside na falta do contacto humano. Gosto de olhar os meus doentes nos olhos e de lhes tocar. Na TV isso não é possível.
No seu dia a dia, além de médico, quais os seus papéis principais?
Além da medicina, tenho vários papéis principais. Os meus dias são sempre diferentes e um bocadinho agitados… Além da prática desportiva (em fase de melhoria), adoro viajar e sou viciado em praia. Mas o meu mais recente papel tem sido o de educar um cachorro de 4 meses, o Fred.
Sobre o seu novo programa, 3 boas razões para nos sentarmos, colados, à televisão?
No Dr. Saúde vamos dar todos os conselhos para uma vida longa e saudável. Vamos mostrar o corpo humano de uma forma inovadora, com muitas animações e experiências, mas sempre com a preocupação de o fazer sem palavras difíceis. Vamos ter médicos especialistas de várias áreas da medicina, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e farmacêuticos, que, comigo, irão abordar as temáticas mais relevantes para a saúde de toda a família.
O Dr. Saúde estará no ar todos os dias, de segunda a sexta, em direto, entre as 18h e as 19h, e tem estreia marcada para o dia 26 de fevereiro.
Se não tivesse seguido medicina… Seria profissional de televisão! 🙂
O meu pequeno-almoço… Iogurte sem lactose, com aveia integral, frutos vermelhos e canela.
O meu livro de mesa de cabeceira… Sapiens: história breve da humanidade de Yuval Noah Harari
O último presente que recebi… Um postal (especial)…
Uma boa surpresa… Ter sido desafiado para apresentar o Dr. Saúde!!
