Pense na maratona. Agora pense num maratonista. Como o imagina? A Rosa Mota? O Carlos Lopes? Esguios e resistentes, certo?
Pois bem, Mirna Valerio (39 anos, 100 quilos) veio desmontar esse estereótipo. “Já estou habituada a ser uma anomalia”, diz. Mãe, professora, cantora, autora, e ultramaratonista… entre outras!
Dona do projeto Fat Girl Running (Miúda Gorda a Correr), Mirna quer transformar a ideia de que as pessoas mais pesadas não conseguem ser ativas. Tudo começou com um susto em 2008. Um ataque de pânico, que Valerio pensava tratar-se de um ataque cardíaco. “Percebi que tinha de mudar o estilo de vida quando o meu cardiologista me alertou para o perigo de não estar cá para o meu filho e para o resto da minha família.”
O primeiro quilómetro foi “horrível” e emocionalmente marcante, principalmente devido à negatividade que encontrou pelo caminho, na rua. Em vez de deixar que os comentários sobre uma mulher pesada a correr a afetassem, criou o seu website para se inspirar cada vez mais a si própria − e também aos outros.
Mirna quer provar que ser ativa e saudável tem várias formas e feitios, que o mais importante é aceitar-se a si mesmo. “Quero que cada um encontre o seu amor-próprio e siga a sua ideia de fitness. Depende só de si.” Valerio escreveu também um livro, A Beautiful Work in Progress”.
Mirna Valerio já completou várias maratonas e ultramaratonas (todas os percursos que têm mais do que os 42 quilómetros das maratonas normais), chegando mesmo a concluir o Trans Rockies, uma corrida com um percurso de 193 quilómetros.
“Realmente gosto muito de fazer longas distâncias”, afirma. “Adoro estar sozinha com os meus pensamentos durante algum tempo.”