médico Agostinho Almeida Santos, pioneiro da procriação medicamente assistida

Morreu um homem que eu admirava.

Ele era modesto, encantador, um príncipe da medicina e recusou todos os meus esforços para fazer dele um herói.

Um dia, alguém me falou de um médico espantoso. Ginecologista e obstreta, na sua longa vida profissional teria ajudado a nascer alguns milhares de portugueses. Quis fazer um programa de homenagem a este homem espantoso, ainda antes de o conhecer. Nada sabia da sua luta como administrador dos Hospitais de Coimbra, pioneiro na reprodução medicamente assistida. Um dia, finalmente, conhecemo-nos. Eu queria provar que o esforço de um único homem podia povoar uma cidade. Ele era modesto , encantador, um príncipe da medicina e recusou todos os meus esforços para fazer dele um herói.  Chamava-se Agostinho de Almeida Santos.

Tinha o dom da palavra, do charme e fazia-nos acreditar que a medicina é uma tarefa de gigantes da moral e da ética. Também era um poeta, discreto e contido. Morreu ontem, aos 77 anos, e homens como ele deveriam estar isentos da mortalidade.

Presto-lhe a minha homenagem. E a minha tristeza por nunca ter conseguido encher um estúdio com os bebés que ele fez nascer. Para a família, que eu nunca conheci, um abraço. São raros os homens que não se esquecem.

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