Katia Aveiro

“As pessoas perderam a noção do quão ridículo é passar o tempo a enxovalhar figuras públicas”, Crónica de Magda Fernandes

O que somos atrás de um computador?

As pessoas – essas ditas haters – perderam a noção do quão ridículo é passar o tempo a enxovalhar figuras públicas nas suas páginas pessoais a troco de uns segundos de ridícula fama.

Crónica de Magda Fernandes
Mulher, Mãe, Advogada. De Bem com a Vida.

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"As pessoas perderam a noção do quão ridículo é passar o tempo a enxovalhar figuras públicas", Crónica de Magda Fernandes Magda-Fernandes

No outro dia, a navegar pelo Instragram, dei de caras com a gravidez da Katia Aveiro. Uma barriga redondinha, como é suposto, um sorriso gigante e aquela felicidade de uma quase mãe.

E por entre comentários, parabenizações e emojis com corações e beijos e semelhantes, um anónimo dá-se ao inusitado “luxo” de escrever que esta feliz e luminosa senhora grávida parecia uma vaca. Isso mesmo. Sem tirar nem por. Uma vaca. Chocante?

Ainda sou do tempo em que um telemóvel só servia para fazer chamadas. Que usar a internet era uma fortuna. Facebook, Twitter, Instagram, absolutamente inexistentes.

Assisti histérica ao crescendo destas ferramentas de contacto. Uso-as e abuso delas, na maior parte do tempo para dizer um sem número de disparates.

Mas olhando para o que representam estas ferramentas, e a forma como muitos se escondem atrás do anonimato para dizer o que lhes vai na alma, sem qualquer pejo, sobretudo a figuras públicas, há momentos em que teria sido melhor mantermos a coisa mais arcaica e continuar na era do papel.

É impressiva a falta de pudor e de respeito de muitos anónimos nas redes sociais. Entram nas páginas dos seus pretensos ídolos e perdem-se em comentários jocosos e profundamente ofensivos.

Ser figura pública não é necessariamente estar em exposição para que todos discorram o que bem lhes apetece sobre a celulite, as borbulhas, o out fit, ou o que quer que seja.

As pessoas – essas ditas haters – perderam a noção do quão ridículo é passar o tempo a enxovalhar figuras públicas nas suas páginas pessoais a troco de uns segundos de ridícula fama (a fama etérea que lhes dá ter outro sem número de pessoas a atacá-los nas redes sociais).

Esta é uma realidade que daria um excelente estudo acerca do mais perverso que o ser humano tem quando não tem o que gostaria de ter. O misto de inveja, despeito, misturado com admiração e não menos ódio; que magnifica amálgama do piorzinho que pode haver em nós. Custa reconhecer, mas somos mesmo miseráveis no nosso anonimato por detrás de um ecrã.

Foto: Katia Aveiro Instagram

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