Mulher negra desafia 300 neonazis e torna-se viral na internet

A imagem de  Tess Asplund, uma mulher negra, de punho levantado a enfrentar um grupo de extrema-direita durante uma manifestação em Borlänge, Suécia, está a correr o mundo. Muitos lhe admiram a coragem e outros tantos questionam-se em relação ao motivo que a levou a arriscar-se daquela forma. A ativista respondeu em conversa com um jornalista do jornal britânico ‘The Guardian’.

“Foi um impulso. Eu estava tão zangada, tive de sair para a rua”, confessa. “Só pensava: nem pensar, eles não podem marchar aqui. Nenhum nazi vai marchar aqui, não está correto”.

Depois do protesto, organizado pelo Movimento de Resistência Nórdica, Tess apanhou um comboio para Estocolmo e não pensou mais no assunto. Isto até à segunda-feira seguinte, quando se apercebeu de que a foto se tinha tornado viral nas redes sociais.

“Agora é um circo. Estou em choque”, revela Asplund. “Os Nazis têm muita ira, portanto penso que talvez não o devesse ter feito, quero paz e sossego. Esses tipos são grandes e loucos. Tenho sentimentos contraditórios, mas estou a tentar ficar calma”.

Mas é difícil manter a calma para alguém que está familiarizado com as ações daquele grupo. Tess afirma que alguns dos seus amigos já foram atacados e obrigados a mudar de casa. A própria recebeu telefonemas anónimos a meio da noite durante os quais lhe gritam do outro lado do auscultador.

“É difícil falar sobre o ódio. Sinto vergonha por termos este problema”, diz sobre a crescente popularidade dos movimentos de extrema-direita na Suécia. “As autoridades dizem que é um país democrático. Mas estamos a falar de nazis! É horrível”.

A fotografia teve uma repercussão tal que os meios de comunicação suecos já comparam Tess a outra ‘heroína’ fotografada por Hans Runesson em 1985. A mulher em questão ficou conhecida como a ‘senhora da mala’ por ter usado a peça para bater num skinhead do partido neonazi sueco, dissolvido em 2009.

 

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