intestino: segundo cérebro

Intestino: O nosso segundo cérebro

Sente-se mais irritado, cansado ou ansioso? A razão pode estar nos seus intestinos. E estou mesmo a falar a sério. E por isso o intestino é chamado de “segundo cérebro”. A ligação entre ambos existe e fui investigar melhor o assunto…

Cada vez mais, existem estudos que fundamentam a ligação entre o nosso sistema digestivo e a mente. Vários trabalhos da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, provaram a ligação entre o estado da nossa flora intestinal e a produção de hormonas relacionadas com o stress e a depressão. Também foi provado que tratamentos como a psicoterapia e a meditação são influenciadores do nosso funcionamento digestivo. O conceito principal é que o nosso intestino e o cérebro estão realmente em diálogo constante, o que afeta o nosso bem-estar geral.

Num tempo em que sintomas como desgaste mental, depressão e outros distúrbios emocionais e mentais são cada vez mais fáceis de diagnosticar, estes estudos fundamentam ações que poderão influenciar e melhorar o estilo de vida de todos.

“Grande parte das nossas emoções são provavelmente influenciadas pelos nervos no nosso intestino”, explica Emeran Mayer, professor de Fisiologia, Psiquiatria e Ciências Biocomportamentais na Escola David Geffen de Medicina da Universidade da Califórnia, Los Angeles. Isto porque o cérebro está conectado ao intestino através de um longo nervo chamado vago, razão pela qual o intestino é chamado de “segundo cérebro”. Por isso, uma inflamação no intestino devido ao excesso de bactérias (disbiose), uma dieta com demasiado açúcar, muitos grãos, glúten ou alimentos a que a pessoa em questão é alérgica ou sensível é provavelmente a causa de uma inflamação no cérebro.

 

Sabia que…
95 por cento de serotonina, hormona que nos dá sentimentos agradáveis, é produzida no intestino?

 

 

David Perlmutter, neurologista americano, conselheiro da Universidade Americana de Nutrição e professor associado da Universidade de Medicina de Miami, explica que a flora intestinal influencia comportamentos, líbido e até a perceção que uma pessoa tem sobre o mundo. Uma flora intestinal mal alimentada pode ser a fonte de dores de cabeça, ansiedade, dificuldade de concentração, e até de uma forma negativa de encarar a vida. Estas provas levam a que o Instituto Nacional de Saúde Mental nos EUA invista mais de um milhão de dólares a investigar esta ligação.

 

Como deveremos então alimentar o nosso cérebro? Eva Selhub, especialista da Universidade de Medicina de Harvard, tem algumas dicas:

  1. Comece a prestar atenção aos sentimentos que alimentos diferentes lhe causam, não apenas no momento, mas no dia seguinte. Adote uma consciencialização do ato de comer – aproveite e saboreie bem o que está a comer.
  2. Tente comer uma dieta “limpa” durante duas a três semanas. Isto significa cortar todos os alimentos processados e açúcar.
  3. Adicione alimentos fermentados como iogurte, kefir, kimchi, miso, chucrute, picles ou kombucha.
  4. Experimente parar a ingestão de laticínios durante alguns dias e tente comer menos cereais. Veja como se sente após duas semanas. Lentamente tente introduzir alimentos de volta no seu regime, um a um. Registe qualquer diferença no seu comportamento após a inserção de um novo alimento.
  5. Beba água! A maior parte de muitos problemas digestivos e emocionais (assim como a vontade de comer impulsivamente) deve-se à falta de água no seu sistema.

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