Paula Margarido, especialista em Feng Shui e autora do livro Destralhe a sua Casa, diz-lhe o que tem de fazer para ter uma casa saudável e amiga do ambiente.
Vou remodelar a minha casa brevemente, mas quero que esta seja um espaço saudável e harmonioso. Que aspetos devo ter em conta para criar um lar que contribua para melhorar o nosso bem-estar e, simultaneamente, não agrida o ambiente e o planeta em que vivemos?
A nossa casa não reflete só o nosso mundo interior, é também o espelho do nosso estado de saúde e vice-versa. É incrível como o ambiente em que vivemos pode ter tanta influência no nosso estado de saúde − física e mental!
No meu trabalho de arquitetura e consultoria, deparo-me frequentemente com casos de pessoas que se queixam de dormir mal, de se sentirem cansadas e sem energia, ou até de estarem frequentemente doentes. Depois de constatar todas estas situações à minha volta, perguntei-me: até que ponto é que as nossas casas podem estar na origem destes problemas? E o que podemos mudar nas nossas casas, nos espaços que habitamos, para os tornar mais saudáveis e, consequentemente, melhorar o nosso bem-estar?
Apesar dos elementos tóxicos e nocivos que bastantes vezes nos rodeiam nas nossas casas sem sabermos, existem alternativas e soluções que contribuem em grande escala para uma casa mais saudável e para um planeta melhor. Estas soluções passam pelo projeto de arquitetura, de construção ou remodelação, pela escolha de materiais, pelas soluções de isolamento, ventilação e energia e também claro está, por hábitos muito simples que devemos pôr em prática. Se vai construir ou remodelar uma casa, aqui ficam algumas dicas que podem ajudar:
1. Isolamento: otimização de trocas térmicas entre exterior e interior, de maneira a promover a eficiência energética de habitação e a aumentar o conforto no seu exterior e interior, para promover a eficiência energética da habitação e aumentar o conforto no seu interior. Isto consegue-se por meio do adequado isolamento térmico, que deve estar corretamente dimensionado (espessura e tipo). Deve apostar-se em boas superfícies envidraçadas (vidro duplo + caixilho eficiente, com corte térmico) e no seu respetivo sombreamento.
2. Ventilação: ao mesmo tempo que promove o isolamento de toda a envolvente da habitação, não deverá nunca descuidar a qualidade do ar interior, agindo no sentido de uma franca ventilação de todos os compartimentos como forma de evitar maus odores e a concentração de fungos e bactérias.
3. Energias Renováveis: aposte neste tipo de energia, quer para a produção de águas quentes sanitárias (por intermédio de coletores solares), quer para a produção de energia elétrica (por exemplo, pela integração de painéis fotovoltaicos na solução arquitetónica, quando possível).
4. Racionalização do consumo de água.