Vamos lá falar de um assunto muito importante: Sopa!
Não estou a falar de creme de tomate ou consomé de camarão. Não. Estou a falar de sopas tradicionais, de sopas ricas e regionais do receituário tradicional português. Estou a falar da sopa da pedra de Almeirim, do gaspacho alentejano, da sopa de peixe algarvia, das sopas de trigo pisado (Madeira) ou ainda das sopas do Espírito Santo (Açores).
Sopa é um prato muito respeitado lá em casa. Nem sempre à luz das recomendações da Organização Mundial da Saúde, ou seja, diariamente consumida ao almoço e ao jantar para atingir as recomendações desejáveis de nutrientes. E além dos seus outros benefícios (combate à obesidade, prevenção de doenças cardiovasculares por exemplo), fazem parte da história.
E por isso confesso que fiquei surpreendida, pela positiva, com a notícia que vi no jornal da SIC: Os alunos da Escola Profissional de Sernancelhe estão a aprender… a fazer sopa. Embora não faça parte do manuais, os professores consideram que a sopa é um elemento da dieta mediterrânica em desuso na cozinha moderna e por forma a contrariar esta tendência, decidiram este ano letivo quebrar as regras e lançar o desafio. Na reportagem os alunos aprendem a fazer sopa de castanha (com enchidos, como manda a tradição em Sernancelhe).
E a sopa vencedora vai marcar presença na 4ª edição do Festival de Sopas e Encontro de Ranchos, que começa amanhã, em Sernancelhe, no distrito de Viseu.
O objetivo do evento é recuperar receitas de antigamente e a utilização de produtos biológicos e colhidos das hortas e quintas da região. Segundo a Câmara Municipal de Sernancelhe, “a sopa é o resultado desse saber que passou de geração em geração e que, caso agora não fosse impulsionado com iniciativas como o Festival de Sopas, corria o risco de se perder”.
O evento é de entrada livre e, além das sopas, conta ainda com a atuação de dez ranchos folclóricos do Centro e do Norte do país.