Um brinde às boas descobertas

Quinta da Boa Esperança, em Torres Vedras, uma das maiores regiões produtoras de vinho a nível nacional.

A primeira descoberta é feita ali mesmo, o grupo sentado nos sofás empedrados com conforto e o bom gosto que carimba a quinta inteira. O sol espreita no Oeste e o Verão de São Martinho convida-nos a demorar o ângulo visual na piscina que se estende por terras de Zibreira, mostrando a sorte dos solos férteis que combinam Serra (de Montejunto) com o mar.

Venha de lá o copo de vinho para investigarmos o efeito dos sopros atlânticos na salinidade do produto final. Artur Gama faz as primeiras honras da casa. O produtor é um anfitrião que nos recebe sem pressas, ao ritmo da Quinta da Boa Esperança, em Torres Vedras, onde a tranquilidade ganhou ao bulício da cidade, raptando as atenções do casal Artur e Eva Moura Guedes.

Desde 2015 que se dedicam a este projeto, passando aqui a maior parte do tempo. Entre os 8 hectares de vinha em produção, 9 hectares de vinha plantados e mais 1,50 hectares previstos para breve, a zona de barricas ou a rotulagem, para onde Eva seguirá após o almoço, o que nos recorda o cunho pessoal que nesta quinta existe em cada rótulo, em cada detalhe.

 

Um brinde às boas descobertas artur

Segue-se mais uma descoberta. Até ao lavar dos cestos é vindima. E Paula Fernandes, a enóloga da Quinta da Boa Esperança, contextualiza o dito popular no terreno, com uma tesoura na mão (acompanhámos o último dia da vindima, a 23 de outubro). “Pretendemos colher uvas sãs para fazer um bom vinho! E por isso controlamos bem a meteorologia. Tentámos atrasar ao máximo a vindima para que as uvas pudessem amadurecer. Hoje é o último dia de vindima, uma vez que se aproxima uma massa de ar polar e a planta entrará como que em hibernação”, conta.

Um brinde às boas descobertas Quinta-8

Paula está bem acompanhada na vindima. O senhor Zé conhece esta terra com a palma dos pés. Há 30 anos que trabalha na quinta, tendo começado a pisar uva aos 15. Embora a quinta conserve a vindima manual, em respeito à Natureza e ao Homem, os procedimentos mudaram muito. A paixão continua a mesma, independentemente dos bons e menos bons anos de colheita que foi acompanhando. “O ano de 2015, 2016 e 2017 foram anos excelentes de produção”, concordam ambos.

Prosseguimos a vindima com a casta Alicante: “Deixamos sempre o Alicante crescer para que concentre mais acidez, açúcar e nível fenólico”, conta a enóloga. “É uma casta tradicional alentejana. Nunca pensámos que se adaptaria aqui. Mas aconteceu. É uma questão de esperar que fique madura.”

Quem tem pressa? Da sala de estar, de pé direito gigante a conferir amplitude ao espaço onde se provam petiscos com brancos Quinta da Boa Esperança, seguimos para o almoço, surpreendentemente confecionado por Noel O’Brien, o inglês que se transforma em frente ao churrasco, com avental improvisado.

Um brinde às boas descobertas Quinta-11

Noel apresenta a iguaria que explode em intensidade em cada garfada. É  uma deliciosa carne de porco, assada lentamente durante oito horas, e sem pretensões de conseguirmos repetir a receita, registamos duas especiarias apenas da lista enunciada: cominhos e paprika. Mais uma vez, o tinto Quinta da Boa Esperança vem na hora certa. À temperatura ideal. A segunda carne no prato vem do churrasco, lá fora: uma carne aberdeen angus. No ponto. Regada com um copo de tinto premiado da Quinta da Boa Esperança. Um brinde às boas descobertas receita

Além da produção para o exterior, os vinhos da Quinta da Boa Esperança que aqui estão em barricas de madeira ou fazem estágio em inox, no armazém de vinificação, vão também para garrafeiras e restaurantes do país.

A Quinta da Boa Esperança, cujo logotipo é inspirado num elemento antigo da casa, como símbolo da natureza, da sua protecção e da cooperação envolvente, é sem dúvida uma boa descoberta!

Mais descobertas sobre o Vinho
com a enóloga Paula Fernandes

1. Um truque para identificar bem os aromas de um vinho
A temperatura. Um vinho deve ser servido à temperatura ideal. Recomenda-se entre 8º e os 12º no caso dos brancos. E entre os 18º e 20º no caso dos tintos.

2. É preciso deixar o vinho respirar?
O verdadeiro aroma do vinho está como abafado dentro de uma garrafa. O contacto com o oxigénio vai permitir a denotação de aromas. Há vinhos tintos que necessitam de ser abertos 30 minutos antes de serem servidos e outros que carecem de várias horas.

3. Vinho: quanto mais velho melhor. É um mito?
Depende. Para envelhecer bem, o vinho necessita de ter uma boa acidez e uma boa estrutura. Quanto maior for a quantidade de polifenóis, por exemplo, de um vinho, mais protegido este estará e melhor envelhecerá.

4. Vinho branco com peixe, vinho tinto com carne – é um mito?
Sim. Os vinhos brancos acompanham carne e peixe. Vinhos mais ácidos podem acompanhar carnes grelhadas. E vinhos tintos com boa acidez e pouco volume podem acompanhar bem um peixe de forno.

5. Um vinho bom é um vinho caro?
Não necessariamente. Há no entanto um intervalo, a partir do qual é muito difícil fazer bom vinho a baixo custo. Vinho de madeira, por exemplo – a barrica é um custo acrescido. Mas já se encontram bons vinhos nas garrafeiras a partir de 6 euros.

 

As escolas da enóloga Paula Fernandes para a Consoada

Que vinho acompanhar com:
Queijos – Fernão Pires 2017 Quinta da Boa Esperança
Bacalhau com couve portuguesa – Reserva Branco Quinta da Boa Esperança
Peru assado no forno – Touriga Nacional 2016 Quinta da Boa Esperança
Rabanadas – Reserva Branco Quinta da Boa Esperança
Bolo Rei – Syrah 2015 Quinta da Boa Esperança

 

Um brinde às boas descobertas Eva-e-Atur

Artur Gama e Eva Moura Guedes, os produtores da Quinta da Boa Esperança

Um brinde às boas descobertas Quinta-1-Piscina

 

Um brinde às boas descobertas Paula-Fernandes-Enóloga

Paula Fernandes, a enóloga da Quinta da Boa Esperança

Um brinde às boas descobertas Quinta-2Um brinde às boas descobertas Quinta-3Um brinde às boas descobertas Quinta-4Um brinde às boas descobertas Quinta-5Um brinde às boas descobertas Quinta-6Um brinde às boas descobertas Quinta-12 Um brinde às boas descobertas Quinta-15Um brinde às boas descobertas Quinta-13Um brinde às boas descobertas Quinta-da-Boa-Esperança-2

Comentários

comentários